sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quarteto Colonial do Rio de Janeiro - Sonora Brasil 2011

Na ultima quarta feira (05/10) estive no SESC Arsenal para assistir mais um vez o Sonora Brasil 2011, que dessa vez apresentou o Quarteto Colonial do Rio de Janeiro, formado por  Daniela Mesquita (Contralto),  Geilson Santos (Tenor), Doriana Mendes (Soprano) e Luiz Kleber Queiroz (barítono). 
Quarteto Colonial - Sonora Brasil 2011 -  Foto: Rosylene Pinto
A apresentação foi de caráter essencialmente acústico, que promoveu a pureza do som e a qualidade das obras e de seus intérpretes. O grupo partiu da obra do Padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) que foi mestre de capela da Sé do Rio de Janeiro e, posteriormente, da Capela Real, passando por compositores de vários períodos até chegar à atualidade. Foi uma belíssima apresentação do Quarteto Colonial, fiquei maravilhada com o conjunto voz sempre em sintonia. Uma da peças que mais me chamou atenção foi a "Ladainha" do poeta brasileiro Cassiano Ricardo (1895-1974). A “Ladainha” faz indagações a respeito da automação e da cibernética, vale chamar a atenção para a visão que se tinha nos anos 1960, e mesmo depois, sobre a automação como uma fonte de ócio. A proposito de cibernética creio que Cassiano foi o primeiro, ou um dos primeiros, a falar em computador (cérebro eletrônico) na poesia brasileira.

Ladainha (Cassiano Ricardo)
Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo mecânico
mais fáceis que um sorriso.
Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extra-corporal?
Por que levantar o braço
para colher o fruto?
A máquina o fará por nós.
Por que labutar no campo, na cidade?
A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar?
A máquina o fará por nós.
Por que fazer um poema?
A máquina o fará por nós.
Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.
Ó máquina, orai por nós.

Veja alguns vídeos das peças apresentadas:





Tenham um bom dia meus amigos!!

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