domingo, 1 de abril de 2012

Beleza - Coluna re-Ver por Isolda Risso

imagem: google
Beleza
A perspectiva de vida aumentou. 
Ainda que, diante de tantas possibilidades e recursos para nos manter saudáveis por mais tempo, da evolução científica que galopa rompendo barreiras até então inimagináveis, ofertando a humanidade um horizonte mais feliz, encontramos algumas pessoas temerosas, ansiosas, com medo do inevitável, que é o envelhecimento natural das células, refletindo também na aparência corporal. 
Envolvidos pela ânsia da estética idealizada, buscam alucinadamente manter-se no frescor da juventude, como se isso fosse possível. Expõem-se a riscos de forma inconsequente, criam-se expectativas que nem sempre se concretizam, culminando em frustrações. Em alguns casos desestrutura o emocional, tornando a situação mais complexa e de difícil solução. 
É deprimente ver homens e mulheres com rostos descaracterizados por químicas ou procedimentos cirúrgicos, feitos por alguns profissionais, que o maior bem que visam são os relacionados aos dígitos. 
Deixo bem claro, que de forma alguma sou contra as técnicas e procedimentos que nos favoreça uma aparência mais jovial, no entanto, acredito que devemos respeitar os limites que a idade nos impõe. 
É imperioso saber que a medicina evoluiu sim, mas não chegou ao ponto dos milagres, estes permanecem sob a tutela de Jesus Cristo, seus apóstolos e Santos. 
Algumas pessoas buscam insistentemente a aparência da juventude, mas esquecem de ser joviais. Vivem enfunados, mal humorados, apressados, pouco sorridentes. Dirigir-se a alguém e dizer um bom dia, boa tarde, ter um gesto de gentileza para com o outro, é um esforço enorme. 
Caminham entre seus pares como se fossem inexistentes ou transparentes e vivem o hoje como se fosse o último dia da atual existência. Se assim fosse, melhor seria que estivessem em paz para fazer a grande travessia entre a vida no corpo e a eternidade. 
Acredito que a forma como vivemos e administramos as situações do dia a dia, a falta de um objetivo que de sentido a vida, os valores por vezes distorcidos, a importância que se destina a posição socioeconômica, que nem sempre corresponde aos anseios pessoais, o consumismo que consome, os conflitos familiares, sejam grandes colaboradores para que depositem na aparência, uma forma de compensar-se por frustrações não elaboradas e experiências malsucedidas. 
Busca-se a beleza externa, mas esquecem de cultivar a beleza da humildade, da solidariedade, da compaixão, da honestidade, da ética, da educação. A amizade desprendida de projeção social, interesses e acordos comerciais esta cada dia mais rara. Que falta de beleza nessa constatação. 
Foca-se na beleza e esquece-se de buscar a sabedoria, que liberta da ignorância trazendo o equilíbrio necessário para vencer desafios e desenvolver talentos adormecidos. Busca-se a melhor aparência e perde-se nas dificuldades corriqueiras do cotidiano. 
Anos a fio, desgastando lenta e continuamente as fibras da emoção, através de exigências incabíveis, intolerância, impaciência, criando necessidades desnecessárias, não é de estranhar que o conflito se instale que a criatura desconecte-se da sua essência gerando sentimentos e emoções desconexos, resultando em um envelhecimento célere.

Um abraço!
Isolda


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