Tango - Maria Rosa e Rodinei Barbosa - imagem: Google |
TANGO DANZA – BENZECRY SABÁ
Términos claves en la danza de Tango Argentino – Términos chaves e/ou importantes na dança de Tango Argentino
Tango dança. Impossível separar esta dupla; seria como partir o coração em dois pedaços. Somente aqueles que tem a dança na alma podem compreendê-la. E está aqui este glossário para introduzirmos mais em nós.
Nele, Benzecry Sabá nos convida a transportar-nos em tempo e lugar. Em edição bilingüe define mais de trezentos vocábulos e incorpora a primeira aproximação aos estilos de tango, além de incluir expressões usuais. Com a colaboração de reconhecidos bailarinos e professores, fotografias históricas e inéditas e ilustração de capa do artista Bertani, foi feito deste, um livro único em sua espécie. Bem vindo seja. Abracemo-nos e voamos, com os pés na terra e o espírito na glória. (Virginia Riveiro)
Gustavo Javier Benzecry Sabá, nasceu em 26 de abril de 1959 em Buenos Aires. Em 1982 se formou na Escola Argentina de Jornalismo (Escuela Argentina de Periodismo). Durante quinze anos, se desempenhou como condutor e redator em diversos médios radiales e gráficos. Quase igual foi professor de química, músico, videasta e desenhista gráfico. Em 1999 publicou seu primeiro livro, A mulher dos deuses (La mujer de los dioses), contos fantásticos (Ed. Vinciguerra). Fazia fim dos 90 entrou ao tango dança e ao ano começou sua carreira docente como assistente da bailarina e professora Virginia Riveiro. Entre os professores que ajudaram na sua formação se destacam Rodolfo Dinzel, Stella Barbá e Roberto Herrera.
Desde fevereiro de 2003 dá aulas no bairro de Palermo e se especializou em
técnica para homens.
GLOSSÁRIO DE TANGO
ABANICO (leque): Vôo baixo e amplo que se executa com suavidade duas ou três vezes de forma continuada.
ABRAZO (abraço): Anel formado pelo braço direito do homem em volta das costas da mulher, o esquerdo da mulher em volta do pescoço do homem e esquerdo do homem e direito da mulher unidos pela mão. Requisito indispensável para a dança de tango. Posição contida entre os bailarinos. O abraço varia com as estaturas e os tamanhos. Ver também dupla abraçada.
ACADEMIAS (escola artística): 1- Cafés finos do séc. XIX onde se tocava tango e as camareiras podiam compartilhar com os clientes a pista de dança e também o leito. Depois das escolas arísticas e/ ou academias apareceram os peringundines. Alguns autores suspeitavam que era o mesmo. 2- Locais ou clubes dedicados ao ensinamento de tango.
ADAGIO (ditado): (do italiano, lento). Término procedente da dança clássica para designar a continuação de movimentos amplos realizados sobre um tempo lento. Movimento de cenário, de caráter pausado, usado para intensificar a sensualidade. Usualmente a mulher o aproveita para acariciar com sua perna a perna do companheiro.
ADELANTE (em frente): A frente do homem ADORNO (enfeite): 1- Graça que se acrescenta com um ou ambos pés, de modo individual, em pausa ou movimento. O enfeite e/ou adorno não requer de proposta masculina. 2- (Lunf.) Gorgeta, esmola, suborno. Também decoração.
AGACHADA (..............): 1- Movimentos do fim do século XIX. Herdado da polca e da mazurca. Corte com que concluia um giro e consistia em aproximar-se do piso horizontalmente. 2- (Lunf.) Evitar uma obrigação, covarde / medo.
AGUJA (agulha): 1- Se fala de quando o homem pisoteava enquanto a mulher gira ao seu redor, e resolve com lápis. A agulha pode ser simples ou duplo e pode executar-se à esquerda ou direita. 2- Se falou de quando o homem pisotea com a ponta do sapato em forma vertical durante um giro. Término inventado pelo bailarino José Brahemcha “El Turco”.
ALFAJOR (tipo de bolacha recheada): Se falou do dobro de oito. Também dezesseis.
AMAGUE (amargurar-se): (v. amargurar). Aspecto arrenpendida e tropeçada.
APERTURA (abertura): Passo que se dá sem cruzar uma perna sobre outra nem juntar os pés.
APILADO (empilhado): Aspecto dança e música popular em Estilos de Tango.
APILE (...........) : Oferecimento dos torsos masculino e feminino em contraposição sem quebrar a linha da costa. No Apile os membros da dupla não renunciam o seu eixo e projetam o peso até o metatarso. Postura empregada no estilo Milonguero.
ARRABAL (subúrbio) : Bairro extremo de uma população. Palavra castelhana de origem semita. Término proveniente do hebreu rabab, que significa multiplicar-se, transbordar a cidade, e/ou do árabe ar-rabalu, verbal de rabala, levar as .............., por quanto os que vivem em subúrbio estão as ............... da cidade:............... São igualmente suburbanos compadres (e/ou amigos) e filhos de papai. As palavras “arrabal (subúrbio)” e “arrabalero (suburnano)” entraram no tango em 1919 com Celedonio Flores e saíram nos anos 40 com Homero Manzi.
ARRABALERO, RA: 1. Que pertence ao arrabal (subúrbio). 2. Aspecto Orillero em Estilo de Tango.
ARRASTRE (arrasto): 1. Aspecto varrida. 2. (Lunf.) Sedução. Influência sobre outra pessoa.
ARREPENTIDA (arrependida): Avanço e retrocesso de um mesmo pé unidos por uma troca de peso. Também amague, Contrapasso e Tropeço.
ARROJE (arremeço): Se fala de quando o homem estende os braços e impulsa a mulher a maior distância, geralmente para levar-lhe ao cruzamento ou propor o início de um giro.
ATRÁS (atraz): A costas do homem.
BAILE (dança): 1. Reunião de gente, cujos corpos se movem em ritmos acompanhados por um ritmo. 2. Nome com que habitualmente se publicita a dança e/ou música popular.
BAILETÍN (bailinho): Baile e/ou dança em ruas dos princípios do tango. O bailinho se realizava nas calçadas, ladrilhadas e com largas pedras imperfeitas. Nos bailinhos esquineiros não se sofriam tropeções nem pisões e eram meritoriosos quem dançava firme na cerâmica de piso.
BAILONGO (bailão): 1. Baile e/ou dança improvisada e bagunçada de gente simples. 2. Desordem.
BALANCEO (balançar): Oscilação. Transporte de peso sobre eixo e/ou centro de uma curva.
BALDOSA (cerâmica de piso): 1. Pedra retangular com que se cobre a calçada. “Bom bailarino quem dança o tango em uma cerâmica de piso”. 2. Aspecto quadrado.
BAR: Aspecto cafés, Cafetines (barzinho).
BARRIDA (varrida): (v.barrer/varrer). Arrasto do pé do outro membro do par durante uma caminhada ou giro. Pressão constante horizontal ao piso sem descarga de peso. A técnica é diferente para as varridas internas e externas. Também arrasto ou levada.
BASE O BÁSICO: Aspecto passo básico
BASTONERO (bengaleiro)?: Personagem pitoresco dos fins do séc. XIX e começo do séc. XX. Encarregado de cobrar, cuidar da decência, avaliar tangos a vontade e anunciar as trocas musicais durante os bailes. Em casas de má fama o bengaleiro (bastoneiro) passava um pratinho para cobrar dos clientes por quantidade de tango que estimava a sua vontade. E conhecia sua indução. “! Que haja luz, senhores!”, iludindo a aproximação dos corpos que repreendiam com a moral da época. A presença do bengaleiro (bastonero) se encontra em casas e canções crioulas como “Mate amargo”, de Brancatti y Bravo, o “Gajito de cedrón”, de Navarrine y Pardo.
BICICLETA: 1. Movimento de pedalo entre um pé do homem e um da mulher. Se fala de quando chegada a dupla na posição Cinco, o homem, guiando a um oito adiante, toma com pé direito a borda interna do pé direito da mulher e a gira no ar em atitude de pedalar. 2. (Lunf.) Inversão especulativa ou pagos realizados com fundos de terceiros.
BIEN PARADO, DA (bem parado,da): Que tem postura de tango e estabilidade. Se fala que o homem está bem parado quando seus pés estão firmados no piso, não se cae. Em eixo. Uma dupla bem parada luce elegante e matem o equilíbrio durante o movimento. Também bem plantado, da. Aspecto
Postura.
BOITE (boate): Aspecto Cabaré.
BOLEO (volta): Aspecto vôo.
BUENOS AIRES: Cidade cosmopolitana, mãe do tango, fundada por Pedro de Mendoza em 1536 e refundada por Juan de Garay em 1580.
Capital da República Argentina, que forma o Distrito Federal da margem direita do Rio da Prata , ao sul do continente americano.
BURDEL (bordel): (do baixo latin bordellum, cabana, casebre). Casa prostíbulo onde se desenvolveu a dança e a música de tango entre fins do séc. XIX e começos do séc. XX. Local em cujos quintais e ante-salas dançavam prostitutas e clientes com música proporcionada por músicos e mais adiante por órgãos e pianos de fácil execução.
CABARETS (cabarés): Salões luxuosos do séc. XX onde dançavam clientes de alto poder aquisitivo e tocavam orquestras típicas. Estabelecimentos de predominância na dança e letras de tango, desde 1914 até 1929. Imitação de sofisticados salões parisinos (Paris), onde patoteros umedecidos em
champagne produziam efeitos de violência. Os cabarés mais ......................................reconhecidos estiveram localizados na rua Corrientes até ao redor de 1960. Com o cabaré se desloca o bordel, os músicos se profissionalizam e deixam de sere ambulantes, se incorpora o piano e começa o sedentarismo no tango.
CABECEO: Senha com que o milonguero convida a dançar as milongas. Balanço sutil da cabeça logo de estabelecer a distância contato visual com a mulher. Código.
CADENA (........): Figura que soa repetir-se de modo girado, mediante a qual a dupla pode alternar empurradinhas, amagues ou ganchos. Movimento para exibição. Jogo em que o homem e a mulher despaçam até esquerda ou direita enquanto cruzam suas pernas alternativamente e trocam de direção ao par que um gira ao redor do outro.
CADENCIA (..........): Modo de mover-se ao rítmo musical, em forma lenta ou sincopada. Para ser lisa ou girada necessita transferência de peso de um pé ao outro. Alternativa útil para evitar colisões na pista, realizar trocas de direção e manter o movimento em espaços reduzidos. Também Balançar.
CAFÉS, CAFETINES: Locais do começo do séc. XX onde viam e/ou assistiam milongueros para dançar tangos, em uma sala traseira. Instituição hispânica convertida em porteña. Taller de composições tangueras. Estabelecimentos onde se tomava café e a certas horas genebra e pinga. No café “El Estribo” (Entre Ríos ao 700), Vicente Greco com seu quinteto levou pela primeira vez o tango ao centro. No café Tarena se proibiu “El Esquinazo” de Villoldo, porque os paroquianos cortavam as copas levando o compás. “Lo de Hansen”, reconhecido restaurante que desapareceu em 1912 e serviu para inventar anéctodas de desafios tangueros, jamais foi sala de dança
CAÍDA (caída): Curva de costa da mulher fazia atráz ou inclinação ao encostar do homem enquanto permanece em abertura com o peso em um ou ambos os pés. Abaixar com leve flexão de rodillas da mulher em carpa. A caída representa uma atitude de desvanecimento: pode realizar-se de diferentes maneiras e até qualquer dos lados.
CALAMBRE(..........): Efeito visual do homem que consiste em virar rígida uma de suas pernas, geralmente a direita, e caminhar desnivelado. O Calambre se emprega, sobre tudo, enquanto a mulher executa oitos atráz. Também Rengo.
CALESITA: Movimento circular ao redor de um membro da dupla e/ou par que mantém seu próprio eixo. Figura em que o homem eleva suavemente desde o abraço da mulher, a coloca em um pé e a mantém centrada enquanto gira ao redor dela. Também Giro.
CAMBIO DE DIRECIÓN (troca de direção): 1. Se fala de quando a dupla traça uma diagonal ou recupera uma reta enquanto avança ou retrocede sem trocar de frente necessariamente. 2. Se fala de quando um membro da dupla e/ou par troca seu passo do lado aberto ao lado fechado.
CAMBIO DE FRENTE (troca de frente): Se fala de quando a dupla e/ou par gira com ou sem pivô, a qualquer uma das três frentes restantes.
CAMBIO DE PAREJA (troca de par): Exhortación habitual em salas ou práticas assistidas por docentes que alude/ajuda na renovação de companheiro ou companheira. A troca da dupla e/ou par promove um desenvolvimento de capacidades: guiar, interpretar, inter relacionar características físicas e emocionais, compatibilidades, etc.
CAMINAR (caminhar): Deslocamento de um ponto ao outro. Base do tango. Para algumas escolas, modo natural de avançar ou retroceder; para outras, modo de avançar ou retroceder colocando primeiro metatarso e logo talón. Segundo se ensina, as vezes o corpo e a perna devem mover-se como unidade, de modo que o corpo esteja em equilíbrio sobre o pé dianteiro; outras, se requerem de
propor primeiro o movimento da mulher com intenção de torso, logo estirar a perna, colocar o pé e por último descarregar o peso do corpo. O bom caminhar se desliza como se flutuasse. As caminhadas devem praticar-se para a frente e para atras para o domínio de equilíbrio, a fluidez e o andar felino.
CAMINAR VALSEADO (caminhar valseado): Combinação de caminhada e giro. Modo de caminhar do homem, que consiste em avançar com o pé direito pelo lado ......................aberto da dupla e/ou par (movimento três do passo básico), girar noventa graus para a direita com o pé esquerdo, cruzar perna direita atraz, pivotear com ambos pés duzentos e setenta graus para recuperar a frente inicial, trocar de peso ao pé esquerdo e sair novamente com pé direito. A mulher repete em espelho.
CAMINATA, DA (caminhada): Movimentos três e quatro do Passo Básico. Avance sucessivo da dupla abraçada sem desenvolvimento de figuras.
CAMINATA POR DENTRO (caminhada por dentro): Quando o homem caminha enfrentando a mulher.
CAMINATA POR FUERA (caminhada por fora): Quando o homem caminha pelas costas esquerda ou direita da mulher.
CANDOMBRE (...............): Rítmo afroamericano executado e dançado por negros escravos e seus descendentes em Montevideo e Buenos Aires a partir do séc. XVI. Música originária de uma África heterogênea, multiétnica e culturalmente variada. Rítmo que se acredita o combinar três tambores: O tambor “piano”, o maior , de som grave, base do rítmo: o tambor “chico”, de menor tamanho e lona
mais fina, de mais alta afinação; e o tambor “repique”, que dá o rítmo a síncopa e a improvisação e une o rítmo dos outros dois. O conjunto destes três tambores se chama “cuerda” (corda). Baile bulicioso, estrepitoso, desordenado.
CANYENGUE (..............): Aspecto Estilos de Tango.
CAQUERO (.........): Petimetre vestido da moda, as vezes com modelos afeminados. Ramificação do patotero e sucessor do petitero. Adjetivo originado pela veste de cor caqui; provém de caco, tímido e covarde. Capacidade de sujar o tango ao dançar; o “meter caca”, mentir ou engrupir em uma conversação. O caquero dos anos 60 dançava nas confeitarias, sem esmero. Palavra
atualmente em desuso. Também pequeno bem.
CARANCANFUNFA: O linguajar dos compadrinhos, dança do tango com cortes. Também de quem dança de maneira experta. Admite o apócope carancanfún.
CARICIAS: Esfregar com a perna ou o sapato alguma parte do corpo da dupla, de modo sutil ou extravagante. Também enfeite, decoração, polida.
CARNAVAL: Aspecto Teatros
CARPA (carpa, peixe de água doce, toldo, tenda) : Inclinação da mulher, usualmente com pernas cruzadas, sobre o peito do homem enquanto este se afasta com um peso atraz formando ângulo com o peso em cada pé. Os pés podem encontrar-se juntos ou em abertura. A carpa pode manter-se em celesita enquanto a mulher desenha com perna esquerda. Também Ponte.
CARPAS: Aspecto Romarias.
CASAS DE BAILE: Estabelecimentos prostibulários do começo do séc. XX, dirigidos geralmente por uma mulher, onde se dançava e tocava tangos. Locais de luxo que alugavam homens para organizar festas e onde concorriam bailarinas, mulheres de má vida e musiqueiros. As casas mais reconhecidas foram “Lo de Laura” e “María la Vasca”.
CASINOS: (do italiano, casa de campo) Locais de reunião e divisão dos fins do séc. XIX, onde se dançava tango e os homens eram atendidos pelas moças em todas suas necessidades. Em 1887, no cassino de Gabrien, o desenhista Enrique Stein deixou registrado no papel a primeira cena de dança de tango.
CASTIGADA: Estilo Saudações.
CERO (zero): Aspecto posição zero.
CIERRE (feche): 1. Juntar os pés ao finalizar uma forma exterior. 2. Resolução.
CIGÜEÑA (cegonha): Aspecto Calesita.
CINCO: 1. Quinta posição do Passo Básico. Pés juntos do homem, com peso no pé direito, enfrentados a dupla: pés cruzados da mulher, esquerdo adiante do direito, com peso no pé esquerdo. 2. Movimento ......................que sucede ao quatro quando o homem junta pé direito com esquerdo e a mulher desliza pé esquerdo até ficar cruzada sobre pé direito. 3. Geralmente, cruzamento ou travado da mulher.
CLAVADA (cravada): Se fala de quando o homem levanta a ponta dos pés e fica sobre os tacos. Ação procedente da doma (domar), de quando o gaúcho enlaça. Em Clavada (cravada) se pode girar ou não.
CLUB: Aspecto Milonguero no Estilo de Tango.
CÓDIGOS: Conjunto de normas que regem os comportamentos nas milongas (danças / músicas populares). Aspecto Cabeceo.
COLGADA (pendurada): Figura onde o Homem o leader coloca deliberadamente a Mulher a follower fora de seu eixo de estabilidade vertical, inclinando o mesmo para fora, apoiada em um só pé. Sustentando o homem à mulher nesta situação se descreve na maioria dos casos algum movimento circular que finaliza voltando a mulher ao seu eixo vertical habitual. (Definição do bailarino, maestro e coreógrafo Gustavo Naveira).
COMPADRAJE: Conjunto de compadres e compadritos.
COMPADRE (amigo): 1. Gaúcho expulsado do campo ou descendente semiurbano do gaúcho, que dançou os primeiros tangos perto de fins do séc. XIX.
Homem de coragem, de honra e de palavra, que desprezava o trabalho e representava a justiça frente à arbitrariedade policial. O compadre (amigo) levava chambergo, cabeleira sobre a nuca e vestia de preto, com lengue branco e cachecol de vicuña. Carregou facão reduzido em faca no colete e logo pistola na calça. 2. Palavra castellana que define a relação entre o padrinho e o pai dos apadrinhados.
COMPADRITO: Sucessor do compadre. Personagem urbano de andar contorsivo, arrogante, covarde e exibicionista, com natural atitude para o baile em cortes e barrancos, afetado na vestimenta e em sua maneira de conduzir-se. Canflinflero, proxeneta, explorador de mulheres prostituídas. Admirador da classe alta, seu baile nas calçadas ao som som de orgãos contribuiu à propagação da dança de tango.
COMPÁS (compasso): Divisão de uma frase musical em partes iguais. Em um princípio o tango se executava baixo um rítmo de 2x4; na atualidade é de 4x8.
CONFITERÍA (confeitaria): Estilo Milonguero em Estilos de Tango.
CONFITERÍA BAILABLE (confeitaria dançante): Estabelecimento de atmosfera agradável, onde se dançava tango, se favorece o encontro de amigos e se toma café ou bebidas refrescantes. A mais conhecida no centro de Buenos Aires é a Confitería La Ideal (confeitaria a ideal).
CONTRABARRIDA (contravarrida): Varrida em sentido contrário ao anterior. Movimento realizado geralmente pela mulher e induzido pelo homem.
CONTRAGIRO: Giro no sentido contrário ao anterior. O Contragiro serve para manter o movimento circular no espaço reduzido. Se aplica em valsas com maior frequência.
CONTRAPASO (contrapasso): Aspecto Arrependida, tropeção/indiscrição.
CONTRAPOSICIÓN (contraposição): Torção do torso ao caminhar. A torção consiste em girar o torso para a direção da perna que avança ou para a direita da perna que fica adiante enquanto a outra retrocede. A dupla que dança em contraposição consegue fundir-se com maior plasticidade. Movimento herdado do andar compadrito. Também dissociar.
CONTRATIEMPO (contratempo): Aspecto Síncope.
CONVENTILLO: Casa de aluguel popular crioulo-imigratório de fins do séc. XIX. Morada de trabalhadores humildes, com quarto por pessoa ou família, banheiro comum e uma só cozinha, cujo grande quintal central convocava ao baile (dança) de tango em festas e casamentos, sem cortes nem barrancos. O teatro imortalizou estas casas com “El conventillo de la Paloma”, de Alberto Vacarezza.
COREOGRAFÍA: (do grego, dança, escritura). Arte de criar sequência e distribuição de diferentes passos e executar.
CORRIDA: (v.correr). Sequência curta de passos relativamente pequenos e rápidos em linha reta. Se fala de três passos rápidos para traz ou à frente que entram em um compasso com acento no primeiro. Pelo geral as corridas estão unidas por um passo lento e não se realizam mais de duas seguidas.
CORRIDA GABARITO: 1. Passo de dança na qual a dupla executa cruzes para frente e para traz em espelho, com deslocamento linear. As cruzes são similares aos oitinhos milongueros. 2. (lunf.) Gabarito: moço / rapaz, vago / incerto.
CORTE: Detenção coreográfica. Ato de parar em seco a companheira de dança, que produz uma vertigem inesperada. Maneira de dançar originalmente brutal que se suavizou ao entrar nos salões. Suspensão do deslocamento em aparente posição fotográfica. Algumas formas exteriores curtas são: parada, quebrada, mordida, sentada e parada.
CORTINA: Interlúdio entre rodadas em uma dança. Corte musical. Indica próxima troca de ritmo ou de orquestra e descanso aos bailarinos para que elejam seu próximo par.
CRUCE (cruz): (v. cruzar). Se fala de quando o pé esquerdo cruza frente do direito. Por extensão, quando um pé acomoda diante ou atrás do outro. A cruz requer que um joelho encaixe na articulação da outra. Também Travada ou Cinco.
CRUCE ADELANTE (cruz à frente): Se fala de quando uma perna se interpõe ante a outra. A cruz à frente pode orientar-se para esquerda ou direita, com cadeiras para o mesmo lado de seu translado. A distãncia entre os pés pode variar, dependendo da forma exterior e o estilo. Movimento empregado no oito à frente.
CRUCE ATRÁS (cruz atrás): Se fala de quando uma perna cruza traz a outra. A cruz atrás pode executar-se para esquerda ou direita, com quadril para o lado oposto de seu translado. A distância entre os pés pode variar, dependendo da forma exterior e o estilo. Movimento aplicado no oito atrás.
CRUCE FORZADO (cruz forçada): Se fala de quando a mulher cruza perna direita sobre perna esquerda, geralmente obrigada por uma empurradinha.
CRUCE NATURAL (cruz natural): Se fala de quando a mulher cruza perna esquerda sobre perna direita. Posição Cinco da mulher no Passo Básico.
CRUZADA: Posição. Que tem os pés em cruz.
CRUZADO: 1. Aspecto Saída Cruzada. 2. Aspecto Sistema Cruzado. 3. Aspecto Estilos de Tango.
CUADRADO (quadrado): Série de seis movimentos em espelho, equivalentes em
tempo e espaço para o homem e a mulher, utilizado para dançar milonga (música
popular). O quadrado pode ser aberto ou fechado.
CUARTA (quarta): 1. Abertura na qual uma perna se curva e a outra se estende. As quartas podem ser conjuntas ou individuais, realizadas com direita ou esquerda indistintivamente, para qualquer direção, ideal para finais escênicos. 2. Aspecto 1. de quatro. Também Corte.
CUATRO (quatro): 1. Quarta posição do Passo Básico. Pés do homem em abertura para a frente, com peso em pé esquerdo; pés da mulher em abertura para traz, com peso em pé direito. 2. Movimento que sucede ao três mediante um deslocamento do homem com pé esquerdo para a frente e da mulher com pé direito para traz. Geralmente se enfrentam pé esquerdo do homém e pé direito da mulher. 3. Forma exterior em que a mulher mantem sua perna ativa dobrada pela frente e a perna apoio criando o número quatro. A mulher pode ser guiada a esta forma exterior mediante tirada, volta, gancho ou usá-lo a discrição. Também Enfeite.
CUATRO POR OCHO (quatro por oito): Que entram quatro colchete por cada rítmo. Rítmo em que se escreve a música de tango desde 1912 até a atualidade. O 4x8 tornou ao tango mais lánguido, menos movido que em sua origem, talvez devido ao grupo.
CHUCHARITA (colherzinha): Se fala de quando o pé do homem levanta o pé da mulher ao destravar-la em posição Cinco do Passo Básico para guiá-la ao oito a
frente ou em o movimento Dois para mexer as respectivas pernas ativas.
CUERPADA (corpada): Forma exterior de princípios do séc. XX que consiste na detenção contundente da mulher com o peito do homem.
CUIDAPISTA: Personagem aparecido entre o ’30 e o ’60. Encarregado de observar as duplas que dançavam com a finalidade de manter a ordem. Comissário de pista, que passeava de traje a rigor, com mãos cruzadas nas costas, e comunicava seu parecer com a olhada ou a palavra. Também Guardapista.
CUNITA: Movimento pendular para traz e para a frente da dupla / par enfrentada em abertura, sobre um mesmo espaço, a tempo com a música, como giro ou rítmo. A cunita requer de dupla / par em espelho com leve flecção de joelhos e contato de quadril. Pode dançar-se com perna esquerda ou perna direita do homem a frente, com ou sem enfeites e girar em sentido horário ou contrário aos ponteiros do relógio. Recurso útil nas Milongas (danças) junto impedimento da linha de dança. Também rede ou cadeira de balanço.
CHICHE (peito / mama): Pequeno e breve enfeite rítmico ao redor do pé apoio com o pé ativo, segundo o talento. Também enfeite, decoração, firulete.
CHOTIS: (de schottisch, leteralmente, “escocês”). Peça musical camponesa alemã do séc. XIX, de ritmo pronunciada e rítmo entrecortado, que aportó as orígens do tango. Música em compasso de 4x4, na qual se emprega três notas e a última é um silêncio. Dança de salão que em 1847 recorreu Alemanha, Grã Bretanha, França, Estados Unidos e Espanha e se transformou em dança popular típica de
Madri. O chotis tem três primeiros movimentos idênticos ao da polca e um quarto extraído de valsas. Amém de seus inumeráveis nomes, o homem de campo o chama “siote”.
DANZA (dança): Conjunto de movimentos cadenciosos realizados com o corpo.
DECORACIÓN: Aspecto enfeite.
DERECHO (direito): 1. Que mantem a linha da coluna, não se encurva. Erguio (postural). 2. Em linha reta (espacial). Na pista se caminha para adiante e direito pelos lados, não se traçam diagonais.
DESPLAZAMIENTO (deslocamento): Translado de um ponto ao outro. Existem duas formas de deslocamento: caminhado e pivoteado.
DIBUJO (desenho): Movimento que se realiza no piso com o decorrer dos pés., geralmente círculos ou outros pequenos enfeites. Também Firulete, lápis e rolo.
DIECISÉIS (dezesseis): Marca de alfajor com que se chama o Dobro Oito. Também Alfajor (tipo de bolacha recheada).
DINÁMICA (dinâmica): Prática do movimento com variações de velocidade.
DISOCIAR (dissociar): Se fala de independizar o torso de quadril e pernas.
Uma apropriada dissociação consegue que torso e quadril possam olhar para
distintas direções.
DOBLE CRUCE (dupla/dobro cruz): se fala de quando homem e mulher
cruzam individualmente uma perna sobre a outra ao par.
DOBLE OCHO (dupla/dobro oito): Dupla execução do oito adiante, forma externa instalada aos começo do séc. XX e que tem como referência a da mulher.
DOS (dois): 1. Segunda posição do Passo Básico. Pés juntos da dupla em espelho: homem compeso no pé esquerdo e mulher com peso no pé direito. 2. Movimento que sucede a um mediante um deslocamento para esquerda do homem. O Dois do homem se realiza um pouco mais largo que o da mulher. Aspecto Saída ao Lado.
DOS POR CUATRO (dois por quatro): Que entram duas negras por cada
compasso/rítmo. Referência ao tango em atenção a seus compassos originais. Até 1912 o tango deixou de ser 2x4 e começou a escrever em 4x8, acentuando-se os tempos primeiro e terceiro.
EJE (eixo): Linha imaginária, perpendicular ao plano do piso, que atravessa pelo meio do corpo ou da dupla, segundo seja individual ou conjunto, em quietude ou translação. Principal elemento da dança. Equilíbrio. Também Postura.
ELEVADAS: Dançar levantando os pés do piso. Estilo anterior ao séc. XX, de quando se dançava em superfícies sujas e irregulares como quintais de moradias, tabernas de baixo nível e na rua. Quando o tango dos subúrbios subiu para a cidade e se dançou sobre a madeira, azulejo ou mármore os bailarinos baixaram os pés. Tanto se apaixonaram dessa lisura, que até o dia de hoje se fala: “acariciar el (o) piso”.
EMPUJADITA (empurradinha): Se fala de quando a coxa do homem toma contato com a da mulher e a obriga a mover a perna em uma direção predeterminada. A empurradinha tem menor força que a tirada. Recurso útil para a cruz forçada e proposta de giro.
ENGANCHE: Envolver a perna da dupla / par com a própria perna ou agarrar o pé com o próprio pé sem soltá-lo.
ENGAÑADA (enganada): Se fala de quando o homem troca de peso em abertura de lado ao menos três vezes, sem definir a direção a tomar, enquanto guia a mulher a cruz.
ENLACE O ENLAZADA (enlaça ou enlaçada): Aspecto dupla enlaçada.
ENROSQUE: (v. enrroscar). Se fala de quando em catavento o homem pivotea e enrola a perna ativa para adiante / frente ou por traz da que gira. O enrosque requer dissociar ao máximo torso e quadril para permitir ao cruz de pernas com efeito. Também enfeite.
ENTRADA: (v. entrar). Se fala de quando um membro da dupla avança uma perna e invade o espaço entre pernas do outro sem deslocamento. Também Abertura.
ENTREGA: Atitude da mulher que consiste em não opor resistências enquanto dança e deixar-se levar pelo companheiro. Ausência de intenção.
EQUILIBRIO: Aspecto Eixo.
ESPEJO (espelho): Movimento equivalente em que se espelham homem e mulher. Se pode dançar em espelho quadrado fechado da milonga (dança), o oito e a saída americana, entre outras formas externas.
ESCENARIO: Estilos Fantasias em Estilos de Tango.
ESTILIZADO: Estilos Fantasias em Estilos de Tango.
ESTILO: Aspecto Sobre os Estilos de Tango.
EXHIBICIÓN: Aspecto Fantasias em Estilos de Tango.
FANFARRÓN: 1. Golpe rítmico do pé em tempo com a música para obter um efeito escênico e emocional. 2. Comportamento bullicioso. (Cast.) Vaidoso, bravucón.
FANTASÍA (fantasia): Aspectos Estilos de Tango.
FIGURA (formas externas): Conjunto de movimentos estabelecidos com capacidade de ser reproduzidos. O Passo Básico de oito movimentos é a figura mais conhecida.
FIRULETE: Enfeite executado entre passos com rapidez e sem interromper a fluidez ou a caminhada. Movimento complicado ou sincopado que aproveita o bailarino para demonstrar sua habilidade e modo de interpretar a música. De vez em quando se o aplica durante pausas ou esperas da dupla. Também Enfeite, Decoração.
FLOTACIÓN (flutuação): Capacidade da dupla de tango de deslocar-se em um
modo espacial estável. Translação horizontal ao piso do volume geral da dupla.
Sensação visual que produzem os bailarinos como se sobre eles não exercera
atração a força de gravidade.
FONDA (estalagem): Aspecto Cafés, Cafetines.
FOR EXPORT: Aspecto Estilos de Tango.
FORMATIVO: (v. formar), em que a gíria corrente significa pagar). Dança de quintal, em bairro, de começos do séc. XX. Nos formativos se destinava o recordado aos músicos e a consumação.
FRENO (freio): Detenção da dupla que o homem realiza mediante torso, pé ou perna ou por precaução corporal e interrompe o sentido do movimento da mulher. Também Corte.
FRENTE: Cada um dos quatro lados que rodeiam o homem: a frente, atraz, esquerda e direita. Em linha de dança, se considera como primeira frente a parede que o homem visualiza ante si. As frentes contribuem à direção que terá de tomar a dupla. Ter presente as frentes orienta sobre os graus de giro ou volta.
FUGA: (v. fugir). Ação de caminhar pelo lado fechado da dupla depois de um giro em sentido contrário aos ponteiros do relógio. Nas fugas o homem avança pelo lado fechado com perna esquerda enquanto a mulher retrae a perna direita. Término inventado pelo bailarino Carlos Gavito.
GANCHO: Movimento aparecido aos meados do séc. XX, que consiste em levantar uma perna e flexioná-la um instante ao redor da perna da dupla / par em abertura. Movimento de precisão, normalmente exagerado, empregado no estilo Fantasia.. Os ganchos podem ser internos ou externos, realizados com esquerda ou direita indistintivamente e por qualquer dos membros da dupla em forma
individual ou simultânea. O gancho simultâneo recebe o nome de Gancho Duplo.
Se bem a mulher pode executá-lo de maneira espontânea como enfeite, pelo geral requer de proposta masculina. Pode realizar-se durante caminhadas, oito atras, em giros ou formas externas de parada, entre outras.
GAUCHAJE (gauchada): Conjunto de gaúchos.
GAUCHO: Homem de à cavalo, de vida errante, cantador e guitarrista, experto no uso de laços, aficionado aos trabalhos de pecuária, ao mate e aos bailes crioulos. Habitante do campo argentino fantasma perto de fins do séc. XVIII, mistura de espanhol e indígena, de cabelos longos, chapéu de feltro, chiripá, botas e facão nas costas / encosto sustentado por um cinturão. Amigo.....................da liberdade, valente e provocador, o gaúcho foi bonito no tango. Com mais de 50 etimologías, se resgatam ao menos três para definir a origem desta palavra. Do quichua huachu o huajcho, órfão, vagabundo; do araucano guachuche, gente que canta triste : do francês gauche, esquerda, que não é reto, em referência a seu caráter rebelde. Hoje em dia, sinônimo de solidário, amável, que faz favores. O gaúcho argentino símbolo é “Martin Fierro”, personagem literário criado por José Hernández.
GIRO (giro ou volta): Movimento circular em que um menbro da dupla é eixo e o outro se desloca ao seu redor mantendo os torsos enfrentados. Os giros podem trocar de eixo entre um e outro membro ou compartilhar-se, podem caminhar ou pivotear-se, dirigir-se para direita ou esquerda. Para girar devem contemplar-se as frentes.
GOLPECITOS (golpinhos): Percussão breve e repetitiva sobre o piso, realizada com o metatarso, ou a ponta do sapato em pausa ou deslocamento. Os golpezinhos são espontâneos, não requerem de proposta. Também Enfeite, Fanfarrão, Picotar e Sapatada.
GUAPO (bonito): Prepotente, nobre, valente e altivo. Gaúcho do matadouro, hábil no manejo da faca com que fainava/ serviço / tarefa o gado, e cabeça do compadraje até fins do séc. XIX.
GUARDIA (guarda): Se dice do período de tango, conforme seus compositores, instrumentistas, temas, épocas. Se divide em: Pré história do tango (1865 – 1895);
Guarda Velha (1895 – 1917); Período de transição entre as Guardas (1917 – 1968).
GUARDAPISTA: Aspecto Cuidapista.
HABANERA (dança e música cubana): Genero musical afro-cubano de meados do séc. XIX, escrito em compasso / rítmo 2x4, antecessor do Tango. Melodia áspera, artística, de influência andaluza, com coreografia, que ao reimportar-se a Espanha os andaluces chamarão “tango americano”. Dança doce demais, sentimental e triste. As primeiras músicas cubana publicada (1842). A .................................mais famosa é a ópera Carmem. Também Contradança (derivado do inglês Country Dance) . Dança cubana, música cubana do Café (bar).
HAMACA (rede): Aspecto Cunita.
IDA Y VUELTA (ida e volta): Movimento do homem que consiste em abrir e juntar as pernas em forma alternada para esquerda e direita como acompanhamento do oito atras da mulher. Durante o deslocamento, homem e mulher devem coincidir com a descarga de peso enquanto pisam com o mesmo
pé. Acompanhamento comum.
IMPROVISACIÓN (improvisação): Ação instantânea, fundamental na dança de tango. A improvisação pode consistir na invenção de uma figura ou movimento, na articulação de formas externas e movimentos conhecidos ou novos, ou na ausência de coreografia comum na pista. Capacidade para resolver situações de dança perante obstáculos repentinos ou falta de espaço. Recurso infrequente em
dança de cenário ou palco.
INTENCIÓN (intenção): Iniciativa para atrair para si, levar ou deter fisicamente a um membro da dupla. Sensação que um membro transmite geralmente desde o peito com o fim de provocar um movimento sobre o outro. Elemento imaterial necessário para a condução da dança.
JUNTAR: Se fala de aproximar um pé do outro, ou uma perna a outra, em forma fechada, de modo que se toque tornozelo com tornozelo. Contato passageiro do pé ativo e o pé suporte entre cada movimento. União ou toque dos pés do mesmo bailarino. Reunir os pés na quietude e acariciar-se-los em deslocamento confere elegância, equilíbrio e claridade para comunicar o movimento com a dupla / par. O conceito de juntar implica contactar-se os próprios joelhos e se aplica tanto para o homem como para mulher.
LADO ABIERTO (lado aberto): Arco identificado pelos braços esquerdo esquerdo do homem e direito da mulher onde se tomam as mãos no abraço.
LADO CERRADO (lado fechado): Contato entre o lado esquerdo do corpo mulher com a articulação do cotovelo direito do homem. Ponto de apoio que favorece o encaixe (encastre) da dupla.
LADO CIEGO (lado cego): Lado direito da cabeça do homem em contato com a cabeça da mulher.
LÁPIZ (lápis): Enfeite do homem que consiste em desenhar um círculo com o pé no piso para o final do catavento. Movimento circular que se traça com o dedo do pé, suas bordas ou a planta, enquanto gira ou espera com o pé suporte. Os arcos variam de dimensão segundo o espaço e precedem a companheira enquanto gira ao redor do homem. Também desenho, Rolo.
LATIGAZO (chicotada): Volta.
LÁTIGO (chicote): Chicotada.
LEVANTADA: Estilo Salto.
LÍNEA DE BAILE (linha ou traço de baile ou dança): Deslocamento no sentido contrário aos ponteiros do relógio em que dançam as duplas na pista. Em linha de baile / dança a dupla dança enfileirada, sobre sua própria faixa, deixando um espaço predencial entre a dupla da frente e a de traz.
LISO: Aspecto Estilos de Tango.
LÍQUIDO: Aspecto Estilos de Tangos.
LUNFARDO: (De lunfa, ladrão). Lingua de garmânia, de delinquência, a princípios do séc. passado e renovada desde os anos ’20 da atualidade. Vocabulário inserto na fala portenha, formado por combinações de palavras ingeniosas, descritivas, caprichosas, onomatopéyicas e inexplicáveis, muitas procedentes de idiomas estrangeiros. A gíria dos lunfardos nunca deve confundir-se com o linguagem corrompida, linguagem usada entre certos grupos dos compadritos.
LUNAPAR: (do latín lupanaris, loba, prostituta). Aspecto Prostíbulo.
LUSTRADA (polida): (v. lustrar). Se fala de quando em uma parada o homem esfrega ligeiramente o peito do pé contra a panturrilha ou a mulher a sua contra a calça do homem, como em uma passada, com o fim de dar brilho no calçado....................... ou enfeitar um passo. É de pouco cavalheiro que o homem se lustre o sapato na vestimenta / roupa da mulher. Também enfeite.
LLEVADA (levada): (v. levar). 1. Translado da perna da dupla / par de um ponto ao outro com a própria perna. Movimento transmitido desde a coxa superior para convidar a mulher a um novo movimento. Pelo geral a levada se realiza em direção retilínea. 2. Aspecto Varrida.
MALEVAJE (maldade): Conjunto de maldosos.
MALEVO (maldoso): Delinqüente, malígno, valentão, pendenciero. Do castelhano “malévolo”, inclinando ao mal.
MARCA: Pressão que o homem exerce com dedos ou mãos direita sobre as costas da mulher para indicar-lhe movimentos. Términos consolidado presumidamente a origem da marca que o homem deixava sobre a pele da mulher. Aspecto Proposta.
MARCHA: Caminhad para frente.
MAZURCA O MAZURKA: Dança nacional da Polônia. Peça musical do séc. XVI, de compasso / rítmos moderado, que nasceu entre os mazurs, no Palatinado de Mosovia na Polônia, de onde tomou o nome de Masuriana ou Mazurca. Dança para salão de uma, quatro ou oito duplas, que consistia em formar imagem e desenhos com pulsos marcados, acompanhados de taconazos, sem deslocar os pés do
chão. A mazurca se extendeu pela Europa até começos do séc. XIX e foi famosa na Inglaterra, introduzida pelo Duque de Devonsire. Em 1851 chegou a América e contribuiu as origens da milonga (dança popular), onde o passo saltado com flecção de joelho foi desvirtuando-se até converter-se em “Ranchera”.
MEDIA CAÑA (meia cana): Se fala de quando o homem esfrega o peito do pé contra sua perna enquanto pivotea. Movimento de começos do séc. XX.
MEDIA LUNA (meia lua): 1. Forma originada aos fins do séc. XIX. Giro de 180° da mulher ao redor do homem. 2. Figura que nasce do movimento Dois do Passo Básico. Se fala de quando o homem, havendo pisado em espelho médio............................oito atraz com a mulher, propõe a mulher desenhar um semicírculo ao seu redor (composto por cruz atraz, abertura e cruz adiante / a frente), enquanto ele
pivotea. 3. Semicírculo que o homem desenha no piso com o pé direito até tocar a ponta do calcanhar esquerdo da mulher enquanto a guia a um oito a frente. Por geral o movimento se acompanha do mesmo desenho com pé esquerdo, em forma girada, que pode concluir em sacada. Também Desenho.
MEDIA VUELTA (meia volta): Se fala de quando o homem avança com pé direito em caminhada por dentro e colocando perna esquerda atraz, propõe para a mulher pisar com pé direito e logo com pé esquerdo enquanto ele pivotea até levá-la a posição cruzada (posição Cinco do Passo Básico). Forma instalada desde começos do séc. XX. A Meia Volta é empregada para trocas de direção, útil para manobrar em pista e como entrada a múltiplas combinações.
MEDIO TIEMPO (meio tempo): Divisão do compasso em dois tempos. Aspecto arrependida, síncope, tropeço.
MILONGA (dança / música popular): 1. Genero antecessor do tango, de origem suburbano, que provém da dança cubana o juntou com seus ares aos fins do séc. XIX. 2. Emparentada com o gaúcho payador, foi canção que servia para animados contrapontos e depois toada. Melodia vivaz, ritmo de tango acelerado, sensual e cadencioso, que ao resonar dos realejos caracterizou o compadrito. A milonga (dança / música popular) deixou sujeitar-se em seus princípios ao compasso de 2x4. 3. Dança de pernas entrecruzadas. Baile que inaugurou a dupla de enlace crioula; primeira tomada, logo abraçada. 4. Recinto onde se dança tango, valsas e musicas populares (milonga). Originalmente se dançou em cafetines de subúrbios, casas de baile e de jogo; hoje se pratica nos salões. 5. Entre suas possíveis etimologias, resgatamos duas: voz contraída de melos longa, melodia larga; e derivado de Mulonga, palavra, em linguagem africana “Quimbunda”. 6. (Lunf.) Mentira, falação, conto falso. Também Bailão ou Tanguería.
MILONGONES: Casas onde se dançava música popular. Por geral casas de baile, bebida e jogo, e “non senetas” de dança e prazer, dos fins do séc. XIX e começos do séc. XX. Também Bailões.
MILONGUERO, RA: 1. Amante do tango que frequenta musicas populares. Refere a quem assiste o baile com assiduidade nas milongas (danças / músicas populares). Pessoa que dança tango e cuja vida gira ao redor de sua filosofia. Título dado por outros bailarinos de tango a quem tem dominado a dança do tango e incorpora a essência do tango. 2. Aspecto Estilos de Tango.
MILONGUITA (dancinha): 1. Diminutivo de dança (milonga). 2. (Lunf.) Mulher de vida irritada. Moça suburbana que atraída pelas luzes do centro busca o prazer e se da só falso romance para melhorar sua situação econômica. Término instalado a partir de 1920 pela letra de tango de Samuel Linning. 3. (Arg.) Um tipo de pão.
MODERNO: Aspecto imaginação em Estilos de Tango.
MOLINETE (catavento): (De moinho, roda). Sequencia iniciada em saída americana o oito atraz e composta por uma sucessão de quatro movimentos da mulher (abertura, cruz atraz, abertura, cruz a frente), em trajetória circular, enquanto o homem gira ao centro mediante pivô. O catavento pode começar indistintivamente desde a cruz ou uma abertura. Em alguns casos, proposta a direção e o primeiro passo, a mulher repete a sequência por si mesma até o homem a altere ou detenha. Forma externa útil para o enrosque por dentro com saída. A repetição do catavento se conhece como duplo catavento. Também Giro.
MONTESINO: Forma externa aparecida por volta de 1970, que consiste em caminhada circular da mulher para esquerda enquanto o homem pivotea e alterna pernas para tirar-le a perna direita. Término fixado pelo maestro e bailarino Rodolfo Dinzel em homenagem à Luis Montesino, dono do Bar Unión do bairro San Telmo, quem o revelou a forma externa no porão de seu negócio.
MORDIDA: (v. morder). Parada que consiste em pegar o pé da dupla / par entre os próprios pés. As mordidas podem realizar-se indistintivamente com direito ou esquerdo, segundo a forma externa. Também Sanduiche, Sánguche, Sanguchito.
MORDIDA ALTA: Variante da mordida comúm, que consiste em pegar as pernas da dupla / par entre as próprias pernas.
MUSICALIZADOR: Pessoa encarregada de selecionar e colocar música gravada na dança (milonga). O musicalizador se diferencia do disc-jockey ou pasadisco em que se musicaliza as rodadas por seu conhecimento sobre as orquestras, os estilos e períodos do tango.
MUSICALIDAD (musicalidade): Qualidade de sentir e transmitir a música com o corpo.
MUSICANTES, MUSIQUEROS: Instrumentistas ambulantes que recorriam os lugares de baile dos fins do séc. XIX até já entrado o séc. XX. Os musicantes tocavam de ouvido temas populares, formando duplas ou trios. Inicialmente se empregou a flauta, violino, guitarra, acordeón e arpa.
NAVEGAR: Deslocamento em pista.
NEO O NUEVO (novo): Aspecto Estilos de Tango.
NIÑO BIEN (menino bem): De família acomodada, com poder aquisitivo. Presumível. Segundo as épocas foi pototero, petitero e caquero. Sua imagem foi imortalizada com este nome no tango de 1928, com música de Collazo e letra de Soliño e Fontaina.
OCTAVA (oitava): Aspecto 1. de oito.
OCHITOS MILONGUEROS (oitinhos dançantes): Movimento da mulher que consiste em rápidos e sucessivas cruzes insinuados para a frente ou para atraz, empregado geralmente no rítmo de dança.
OCHO (oito): 1. Oitava e última posição do Passo Básico. Pés juntos da dupla em espelho: homem com peso em esquerdo e mulher com peso em pé direito. 2. Movimento que sucede ao sete quando o homem junta pé esquerdo com direito e a mulher pé direito com pé esquerdo. Última posição da Revolução do Passo Básico. 3. Forma externa instalada desde começos do séc. XX e que consiste em
recorrer com os pés as bordas de um imaginário número oito no piso. Por geral, forma externa que toma como referência à mulher.
OCHO ADELANTE (oito a frente): Forma externa que nasce na posição Cinco do Passo Básico e o realiza geralmente a mulher, quem cruza uma perna a frente de outra enquanto o homem a acompanha com uma de entre suas múltiplas opções. O oito a frente requer do pé suporte esquerdo, pivô, deslocamento de pé direito adiante com troca de peso, pivô à direita e deslocamento de pé esquerdo com troca de peso. A forma externa pode realizar-se em forma girada e em caminhada para traz ou para a frente, segundo o estilo de tango. A execução de dois ou mais oitos a frente em forma continuada se denomina Dobro Oito.
OCHO ATRÁS (oito atraz): Forma externa que nasce na posição Dois do Passo Básico e o realiza geralmente a mulher, quem cruza uma perna atrás da outra enquanto o homem a acompanha com uma de suas múltiplas opções. O oito atrás requer de pivô de perna direita, deslocamento de perna esquerda traz, troca de peso, pivô de perna esquerda, deslocamento de pé direito traz, troca de peso e pivô para esquerda com pés juntos. A forma externa pode realizar-se em forma girada e em caminhada para traz, segundo o estilo de tango. No estilo Miolonguero (dançante) as pernas de cruzam para traz sem pivô ou com pivô e geralmente em linha reta.
OCHO CORTADO O MILONGUERO (oito cortado ou dançante): Forma externa instalada para fins do séc. XX, que consiste em troca de direção e troca de frente dentro do Passo Básico. O oito cortado consta de uma arrependida do homem no movimento Quatro levando perna esquerda atrás e um giro de noventa graus para a direita, com abertura que a mulher repete em espelho, para logo retomar juntos a posição Cinco do Paso Básico. Forma externa típica do estilo Milonguero (dançante) ou Club (Clube), útil para interpretar o rítmo em espaço reduzido.
OCHO MILONGUERO (oito dançante): Aspecto oito cortado.
OCHOS EN ESPEJO (oitos em espelho): Forma externa em que o homem e mulher executam oitos a frente ou atrás simultâneamente, refletindo o movimento do outro. Uma das formas de acompanhamento do homem ao oito da mulher.
OCHOS CRUZADOS (oitos cruzados): Forma externa em que o homem e mulher executam oitos em direções opostas para traz ou para frente. Uma das formas de acompanhamento do homem ao oito da mulher.
ORGANILLO (realejo), ORGANITO (¿ Orgãozinho ¿): Reprodutor mecânico de música previamente programada, aparecido aos meados do séc. XIX. O organito se alimentava de partituras lidas por um cilindro de madeira com pregos que ao girar para bater um martelo sobre a corda metálica vertical que dava a nota. O cilindro girava mediante uma manivela pulsionada pelo realejo. Seu perambular pelas ruas e cafés difundiu músicas cubanas, polcas e tangos, entre outros rítmos. O primeiro estabelecimento para a produção de organitos à manivela foi instalado pelo italiano Pascual La Salvia em 1875. Homero Manzi imortalizou sua presença com o tango “El último organito” (o último orgãozinho) e Cátulo Castillo com “Organito de la tarde” (orgãozinho da tarde).
ORGANILLERO, ORGANILISTA, ORGANISTA: Responsável do orgãozinho, que à troca de dinheiro difundiu peças musicais com o fim de que outros bailes o escutem. O organillero solía acompanhar-se de um momento branco, um monitor ou um papagaio que extraía um papelzinho com adivinhação ou intencionados refrãos. O primeiro na Argentina foi Sebastián Francebo, em 1845; o último, Manú Balero, em 1995, cuja pessoa que falava demais tirava “tarjetitas de la suerte” (tarjetinhas da sorte); a renovação da licença municipal le foi denegada por considerar-se-lhe dentro da classificação de vendedor ambulante.
ORGANIZADOR, A (organizador, a): Responsável do baile. Pessoa encarregada de dirigir a pessoa do estabelecimento (musicalizador), membros do buffet, cobrador de entrada, etc.), a publicidade e atender ao público. Quando um mesmo estabelecimento recebe distintos nomes em distintos dias se deve a quem tem distintos organizadores.
ORILLERO, RA: 1. Que provém das “orlas/margens” ou seja, as bordas, os limites, aos arredores da cidade. 2. Habitante dos subúrbios. 3. Aspectos Estilos de Tangos.
ORQUESTRA: Término com que se designa o conjunto de instrumentos de vento e cordo. E na pré história do tango antecederam as orquestras os músicos ambulantes. As orquestras se compõe desde trios até maior número, chegando a setenta como nos Carnavais dos anos ’40. Até 1910 as orquestras adiquiriram nome de “típicas” por formar-se com instrumentos combinados especificamente para executar tangos e distingui-la daquelas que além do tango executavam outros rítmos.
PALANCA (alavanca): Ação que o homem executa com mão esquerda sob a mão direita da mulher ou com o pé sobre o que sobe a mulher, com o fim de levantá-la, sustentá-la no ar, ajudá-la a descer lentamente ou impulsioná-la ao salto. Geralmente empregado em estilo fantasia.
PARADA: 1. Detenção coreográfica sobre a posição Três do Passo Básico em que o homem e mulher formam ângulo de noventa graus. A parada consiste em rodar a mulher meio oito atrás e detê-la em abertura. O homem pode acompanhar a parada com a borda interna do pé direito ou borda externa do pé esquerdo contra a borda externa do pé esquerdo da mulher para frear a rotação. Da parada podem
desenvolver-se mordidas, varridas, ganchos de homem, tiradas. 2. Se fala da imagem física, geralmente do homem, antes de dançar. Também Postura.
PARALELO: Aspecto Sistema Paralelo.
PAREJA ABRAZADA (dupla abraçada): Modalidade que inaugura a dupla de tango em 1886, segundo aparece da novela “En la sangre” (No sangue), de Eugênio Cambaceres, publicada esse ano. Contribuição do tango à dancística universal. A forma abraçada distingue o tango das danças de duplas enlaçada e tomadas, como a valsa e a polca, respectivamente.
PAREJA ENLAZADA (dupla enlaçada): Modo de dançar de algumas danças européias ao começo do séc. XIX. As danças de enlace de distinguem do tango, sobre tudo, pela disposição aberta dos braços e exigir um deslocamento contínuo, sem suspendê-lo. O exemplo mais conhecido é a valsa.
PAREJA TOMADA (dupla tomada): Modalidade herdada de danças européias, com a que se dançou milonga (música popular) aos fins do séc. XIX. Forma que consiste em tomar-se dos braços ou codos da dupla e manter distância entre os corpos. Atualmente se aplica como posição de estudo em algumas escolas de tango.
PASADA (passada): (v. passar). Se fala de quando a mulher avança um paso por cima do pé do homem. Situação que se produz quando a mulher é convidada a adiantar um movimento logo de uma trava do homém. A passada se emprega com frequência em detenções de oitos adiante (a frente) ou.........................parada. Recurso útil para o emprego de enfeites antes de passar por sobre o pé do homem, como uma lustrada. A passada pode realizar-se com pé esquerdo ou direito, segundo a trava. Assim mesmo pode realizá-lo o homem.
PASADITA (passadinha): Roce os pés do mesmo bailarino, de um movimento a outro, quando é possível. Também Posição zero.
PASEO (passeio): Aspecto Quadrado.
PASO (passo): Deslocamento de um ponto ao outro sobre uma linha reta com troca de peso de um pé ao outro. Elemento básico de caminhar, avançar, retroceder ou ir de lado. Por extensão, figura.
PASO BÁSICO (passo básico): Série de oito posições, com movimentos equivalentes em tempo e espaço para o homem e a mulher. Consiste em Saída (posição Um e Dois), Caminhada (posições Três e Quatro), Cruz ou Travada (posição Cinco) e Resolução (posições Seis, Sete e Oito). Também Base ou Básico.
PATADA (patada / pontapé): Se fala de quando o homem ingressa a ponta do pé entre as pernas da mulher enquanto se encontra em giro ou oitos como se desse patada/pontapé no ar. A patada / pontapé requer de precisão e conhecimento entre os membros da dupla. Assim mesmo pode realizá-lo a mulher.
Também Enfeite, Firulete.
PATIO (pátio / quintal): Aspecto Conventillo e Bordel.
PATOTA: 1. Um ou mais grupos de niños bien (meninos bons) entre 1910 à 1916 se reuniam em lugares públicos e se divertiam às costas do próximo, as vezes com penosas consequências. 2. Modismo brasileiro derivado do substantivo português botota, que significa trapaçaria.
PATOTEROS: Homens jovens em expedição de algazarra, de farra, que ao encontrar-se juntos provocam feitos de violência. Engraçados a princípio, logo grosseiramente audaciosos, os patoteros interrompem a tiro limpo nos bailões de tango entre 1910 a 1916. Em tempos do cabaré, estes......................niños bien (meninos bons) humilhavam a estrangeiros e infelizes, em ocasiões com sangrentos desfechos. O patotero é o continuador do compadrito.
Sua ação continua vigente até a atualidade, estendendo-se as ruas e lugares públicos.
PAUSA: Detenção coreográfica por dois ou mais compassos musicais. As pausas são úteis para sentir a música, reincorporar o rítmo, corrigir a postura, reconstruir o abraço. Embora similar ao corte, a pausa suele antecipar-se por lentificação gradual de movimento.
PAYADOR (pessoa que dá uma palha / música): Camponês ou gaúcho guitarrista, dedicado ao cantar por cifra, que recorre reuniões em ranchos ou armazéns e improvisa canções ou palha com sabor orillero. O palhador se distingue do improviso de músicas populares (milongas), embora tem raízes comuns. Entre os palhadores mais importantes se encontram Angel Villoldo, Galbino Ezeiza e José Luis Betinotti, autores de “El choclo”, “Heroico Paysandú” e “ Pobre mi madre querida “ (pobre minha mãe querida, respectivamente.
PAYAR: Atividade do payador (palhador). Improvisar canção. Palhar requer de habilidade, poesia e sutileza.
PAYADA: Ato dos payadores palhadores. Improvisação poética dialogada.
PÉNDULO (pêndulo): Aspecto Vai e vem.
PERINGUNDINES O PIRINGUNDINES: Casas de má fama, entre 1880 até já entrado o séc. XX, onde gente do povo, orilleros e delinquentes dançavam a música popular e logo o tango. Nome derivado de périgourdine, dança de origem francesa que cultivavam os genoveses. Miseráveis locais, com despacho de bebidas, confeitaria, as vezes com salãozinho de jogo, cujos primeiros proprietários
eram italianos. Alguns forneciam roupas as meninas. Nos peringundines o dono da casa cobrava aos homens por cada cinco minutos de dança e pagava as mulheres que atendiam a clientela. Um bengaleiro dava ordens com golpes de mão. Foram célebres “La Ensenada, “La Batería” e “Três esquinas”, entre outros. Também Trinquetes, do verbo lunfardo trincar, copular.
PETITERO: Jovem amanerado de família distinguida que na década de 1950 assistia o Petit Café, na avenida Santa Fé 1818/1826. Antecessor do caquero. Petimetre vestido à moda. Sua imagem, sem transcendência na dança, foi imortalizada no tango humorístico “! Petitero!” com a letra e música de
PETITERO: Jovem amanerado de família distinguida que na década de 1950 assistia o Petit Café, na avenida Santa Fé 1818/1826. Antecessor do caquero. Petimetre vestido à moda. Sua imagem, sem transcendência na dança, foi imortalizada no tango humorístico “! Petitero!” com a letra e música de
Cammarota, Livreto e Lipesker. Palavra atualmente em desuso. Também
Menino Bom.
PICAR: Golpear suavemente o piso com a ponta do calçado ao girar ou caminhar para frente, tocar ao peito de um pé contra o calcanhar do outro ou tocar o peito de um pé contra o peito do pé do par / dupla. Em todos os casos o pique deve ser rápido e pode realizá-lo homem ou mulher indistintamente. Enfeite geralmente empregado para oitos. Também Golpezinhos ou Toque.
PIE ACTIVO (pé ativo): Se fala do pé sem peso do corpo, preste a mover-se. Também chamado “pie de trabajo” (pé de trabalho).
PIE SOPORTE (pé suporte): Se fala do pé sobre o que se concentra o peso do corpo. Também chamado “pie de base” (pé de base).
PISADA: Modo de apoiar o pé no pé. Passo com descarga de peso. A pisada deve ser leviana, plena e contundente.
PISTA: Superfície apta para dançar. Plano especial onde desenvolve a dança. Conjunto de faixas virtuais sobre os que se deslocam os bailarinos em sentido contrario aos ponteiros do relógio. Nas músicas populares / danças (milongas) é preferível dançar pelas bordas.
PIVOT (pivô): Giro do bailarino ou bailarina sobre um metatarso.
PLANCHAR (passar roupas): Passar a noite na dança (milonga) sem dançar.
PLANCHADORA (passadora): (v. passar). Mulher que não é convidada a pista por não saber dançar bem, ser desconhecida na dança / música popular (milonga) ou descortês com os bailarinos.
PLANEO: Movimento que consiste em arrastar a perna extendida tráz um membro da dupla que conduz em trajetória circular. O planeo se....................................produz quando se pivotea com uma perna suporte flexionada enquanto a outra, extendida, persegue ao condutor do giro. Homem ou mulher
podem produzir o planeo.
POLCA O POLKA: 1. Peça musical criada em 1830, na região camponesa de Bohemia, composta por diversas danças centroeuropeas. Nome derivado de pulka, vocábulo bohemio que significa metade e refere ao passo medio desta dança. Música em compasso 2x4 com rítmo marcado que as duplas tomadas dançavam em forma rápida: três movimentos dos bailarinos correspondiam a quatro notas do
compasso. Dança alegre e giratória, com passo rápido e saltadinho, que chegou a América até 1845 e contribuiu ao rítmo de dança / música popular (milonga). A primeira polca escrita pertence ao compositor e maestro de capela Franz Human. As polcas mais conhecidas foram cultivadas pelos Strauss. As polcas tiveram numerosas variantes: Polka Militar, Polka Canaria, Polka Pique, Polka del Pavo, Polka Cruzada, Polka Mazurca e Polka e outras Polkas com Relações, entre outras.
2. (Arg.) Chicote para o cavalo.
PORTEÑO, ÑA (portenho / natural ou proveniente de cidades): Habitante da cidade de Buenos Aires. Palavra derivada de cidade portuária / porto.
POSICIÓN CERO (posição zero): Pés juntos. Posição prévia à saída, em estado de dança, ou posição de trânsito que consiste em roçar-se os pés de um movimento ao outro quando é possível.
POSICIÓN DE ESTUDIO (posição de estudo): Tomar-se dos cotovelo da dupla, com braços semiextendidos e distância entre os corpos.
POSTURA: Modo em que o bailarino acomoda o corpo antes de dançar e ao dançar. Existe uma postura individual e uma postura de dupla. As posturas diferem conforme a relação de estaturas, volumes corporais e estilos de tango. Em geral, cabeça em linha com a coluna, queixo retraído, ombros relaxados sobre os cadeiras/quadril, peito acima, quadril ao centro, leve flexão de joelhos, projeção de peso sobre os metatarsos. Da postura e as relações físicas depende a sensação do abraço, o sentido do equilíbrio e a flutuação. Também Parada.
PRÁCTICA (prática): Treinamento para bailarinos de tango sem que inclua aulas necessariamente. As práticas podem realizar-se em escolas e centros culturais municipais, em espaços públicos ou espaços privados, mediante um óbolo, contribuição espontânea dos concorrentes ou em forma gratuita, segundo a figura organizadora.
PRIMERA (primeira): Aspecto Um.
PROPUESTA (proposta): Transmissão de movimentos que o homem comunica a mulher mediante o emprego de torso, abraço e manejo de peso, sem forçá-la. Término amável que, a diferencia da marca, convida a mulher a aceitar ou contrapropor um movimento.
PROSTÍBULO: Aspecto Bordel.
PROYECCIÓN (projeção): 1. Referente a longitude do passo a efetuar. 2. Presença escênica.
PUENTE (ponte): Aspecto lona / toldo.
PUNTA Y TACO (ponta e taco/calço): 1. Movimento de começos do séc. XX, que consiste em cruzes do homem para a frente e para tráz, com com rítmica alternância de ponta e taco/calço sobre o piso, enquanto a mulher desenvolve o Quadrado. 2. Movimento que consiste em pisar em pontas de pé e logo tacos /calços para deslizar uma perna para tráz e criar efeito de pêndulo. Ponta e taco/calço surge da posição três do Paso Básico e requer jogar com troca de peso entre os pés. Término inventado pelo bailarino José Brahemcha “ El Turco”.
QUEBRADA: 1. Figura de fins do séc. XIX, de detenção coreográfica, que consistia em guiar a mulher a dobrar a cintura ou o quadril durante a corte. Nas antigas quebradas, os corpos quebravam horizontais ao piso e a dupla corria seu eixo de equilibrio. 2. Na atualidade se fala de quando o homem estende perna esquerda atráz (ou direita) e a frente o torso enquanto a mulher em espelho estira perna direita (ou esquerda) e retrae o torso. Para a quebrada se cumpra em forma completa o homem deve colocar sua cabeça contra a bochecha direita da mulher e ela quebrar a cadeira/quadril. 3. Posição em que a mulher se para sobre um pé e cuelga sobre o corpo do homem.
QUINTA: Aspecto Cinco.
QUITE: Aspecto Sacada/Tirada.
RABONA: Término procedente do futebol, que consiste em cruzar um pé atráz de outo e avançar um passo com rapidez. Aspecto Tropeço.
RASPADA: Se fala de quando um ou ambos membros da dupla realizam dois ou três círculos com o mesmo pé enquanto o outro serve de apio, sempre o mesmo lugar. A raspada pode realizar-se indistintivamente com ambos pés.
RECULE (recue): Figura que nasce da posição Cinco do Básico e consiste em descruzar a mulher emquanto o homem, também cruzado, descruza perna esquerda e da um passo atráz. Término inventado pelo maestro e bailarino Osvaldo Zotto.
REFALADA (resbalada ¿): (ironia verbal por resbalar). Efeito de patinar (se). A refalada podem realizá-la indistintivamente homem ou mulher com metatarso ou calcanhar, com um ou ambos pés.
RENGO: Aspecto Cãimbra.
RESOLUCIÓN (resolução): Movimentos Seis, Sete e Oito do Passo Básico. Modo em que finaliza uma figura. Alguns denominam Resolução Comum ou Natural. Também Fechamento.
RESTAURANTES: Aspectos Cafés/Bar, Barzinhos / Cafetines.
RITMO: (do grego rhythmós, de rhéo, fluir). Sucessão repetida de movimento e repouso, de diferenças de velocidades ou de forma, de sons e silêncios, disposta segundo uma ordem. O ritmo caracteriza na dança, a música e a versificação.
ROMERÍAS (romarias): Encontros públicos multitudinarios herdados da Europa, que começaram a celebrar-se em Buenos Aires ao fim do séc. XVIII. Lugar de festa, denominado popularmente “carpas” (“lonas”), porque dançava baixo.....................toldos. Sua direção variava entre dois a dezessete dias. Foram famosas as de Pilar, em Recoleta, que conseguiu reunir 40.000 pessoas em um dia. Nas romarias de Santa Luzia, em Barracas, o clarinetista Juan Pérez estreou seu tango “Dame la lata”, que fazia referência as fichas de prostíbulo.
RONDÍN: Giro da mulher ao redor do homem em quatro tempos. O homem pode multiplicar o giro comperna esquerda atráz. O Rondín pode nascer da Saída Americana. Oito a frente, etc.
RUEDA (roda): Caminhada circular da mulher ao redor do homem pelo lado aberto da dupla. A Roda nasce da posição Cinco do Passo Básico. Término inventado por Carlos Gavito.
RULO (rolo): Aspecto Lápis.
SACADA (tirada): Movimento de meados do séc. XX, que consiste em deslocar a perna da dupla mediante uma pressão e ocupar seu espaço. Antigamente quite, derivado por tirar a perna. As tiradas podem ser altas ou baixas, externas ou internas, e ser executadas tanto pelo homem como pela mulher. Nas tiradas é importante assegurar-se da transferência de peso para deslocar a perna sem violência. Em alguns casos, sem existir contato real, é um efeito visual. Movimento empregado geralmente em estilo de tango Fantasia.
SACADA ALTA (tirara alta): (interna). Variação de tirada que consiste em tomar contato com o pé da mulher, dar um passo em profundidade, invadir seu espaço até contactar as faces internas das coxas e mediante pressão deslocar a perna com acompanhamento de torso. (Externa). Consiste em guiar a mulher a abertura, pisar quase nas costas à ela, a mediana distância e deslizar o pé entre o ângulo das pernas até que contactem as coxas. A profundidade do passo dependerá do afeito que de deseje produzir.
SACADA BAJA (tirada baixa): (interna ou externa). Variação de tirada que consiste em tomar contato com a pele da mulher, realiza uma leve pressão com pivô em forma de alavanca sobre seu calçado e acompanhar o movimento com torção de torso. Em tiradas baixas é importante assegurar-se da transferência de peso para deslocar a perna da mulher sem violência.
SALIDA (saída): (v. sair). Se fala do primeiro movimento com que se começa a dançar.
SALIDA AMERICANA (saída americana): Pivô conjunto de noventa graus pelo centro da dupla, com imediato passo a frente sem descarga de peso. Em Saída Americana o homem avança pé direito e a mulher esquerdo, ambos sem peso, com torsos à noventa graus. Considerado um primeiro passo, a dupla logo troca o peso e pivotea para retomar a Saída ao Lado, o movimento Dois do Passo Básico.
SALIDA AL COSTADO (saída ao lado): Movimento Dois do Passo Básico. Deslocamento lateral de direita a esquerda com que se inicia uma dança de tango. Consiste em uma abertura para a esquerda do homem, com perna esquerda do homem e direita da mulher.
SALIDA ATRÁS (saída atrás): Primeiro movimento do Passo Básico, com que se inicia uma dança de tango. Consiste em que o homem deslize a perna direita para tráz enquanto atrae para si a mulher, que avança com perna esquerda. Movimento desaconselhável nos salões de tango por seu deslocamento contraria a linha de baile/dança.
SALIDA CRUZADA (saída cruzada): Se fala de quando o movimento Três do Passo Básico se realiza com pé esquerdo. Em geral, o Passo Básico com Saída Cruzada requer de realizar o movimento três com pé esquerdo e deixar a mesma perna atráz na posição Cinco enquanto se propõe a mulher posição de cruz. Também Cruzado.
SALÓN (salão): 1. Espaço pertencente a uma instituição, uma confeitaria, um clube, etc. onde se dança tango e outros rítmos. 2. Aspecto Estilos de tangos.
SALTO: (v. saltar). Movimento que consiste em levantar os pés do chão e deslocar-se de um espaço a outro. Ação escênica que pode seceder em forma particular ou simultânea entre os bailarinos. Ao saltar deve dissimular-se o esforço.
SALUDO (saudação): Forma externa em que a mulher levanta e dobra por breve tempo sua perna ativa por frente da perna suporte, com joelhos juntos. A mulher...................pode ser guiada a esta forma externa mediante empurradinha, tirada, vôo ou usá-lo a discrição antes de caminhar adiante, em parada ou em oitos. Também Castigada, Enfeite.
SANDWICHE, SÁNGUCHE, SANGUCHITO: Aspecto Mordida.
SAQUE: Forma externa de meados do séc. XX que consiste em um giro com duas sacadas da mulher induzida pelo homem. Término inventado pelo bailarino Carlos Alberto Anzuate.
SCHOTIS, SCHOTTIS, ACHOTTISCH, ACHOTTISCHE: Aspecto Chotis (Chote?).
SECUENCIA (sequência): Conjunto de formas externas enlaçadas com ou sem movimentos independentes. As sequências se empregam geralmente para tango de cenário.
SEGUIDILLAS (seguidinhas): Diminutivo passinhos do homem que duplicam os passos da mulher enquanto caminham enfrentados. Movimento empregado usualmente no estilo Orillero.
SEGUNDA: Aspecto Dois.
SEIS: 1. Sexta posição do Passo Básico. Pés do homem em abertura para adiante, com peso em pé esquerdo; pés da mulher em abertura para traz, com peso em pé direito. 2. Movimento que sucede ao cinco mediante em deslocamento do homem com pé esquerdo para adiante e da mulher com pé direito para traz. Segundo as escolas o homem pode invadir o espaço da mulher com giro de 90° ; invadir o
espaço e girar até 180° , ou não invadir o espaço e praticar a posição enfrentado, com tendência retilínea. Começo da Resolução da Passo Básico.
SENTADA: (v. sentar, sentar-se). Forma externa de fins do séc. XIX, que consiste em sentar-se ou criar a ilusão se sentar-se sobre o homem. Na atualidade a sentada pode realizar-se sobre o quadril /cadeira do homem ou sobre uma perna flexionada. Ação escênica usada com frequência para finalizar a dança.
SEPTIMA (sétima): Aspecto Sete.
SEXTA: Aspecto Seis.
SHOW: Aspecto Fantasia em Estilos de Tango.
SIETE (sete): 1. Sétima posição do Passo Básico. Pés juntos da dupla em espelho: homem com peso em pé direito e mulher com peso em pé esquerdo. 2.Movimento que sucede ao seis mediante um deslocamento para a direita do
homem. Segunda posição da Resolução do Passo Básico.
SÍNCOPA: 1. Término musical com que se designa uma nota emitida em tempo hábil e continuada em um forte. A música sincopada por excelência foi o Ragtime. 2. Término empregado de maneira incorreta pelo bailarino de tango para descrever a forma de pisar em meio tempo, cortar o compasso. A música de tango dançável não é sincopada; a música cidadã, geralmente não dançável, incorpora a
síncopa. Também Contratempo.
SISTEMA DE BAILE (sistema de dança): Relação que existe entre as pernas dos bailarinos e suas direções. O sistema pode ser Paralelo ou Cruzado.
SISTEMA CRUZADO: Se fala de quando a dupla utiliza suas pernas direitas ou suas pernas esquerdas em forma simultânea para fazer um passo.
SISTEMA PARALELO: Se fala de quando o homem utiliza sua perna esquerda e a mulher sua direita e o homem a direita e a mulher sua esquerda em forma simultânea para fazer um passo.
SUBIBAJA (sobedesce): (apócope de sobe e baixa, subir e baixar). Passo de dança (milonga) que consiste em saudações alternados entre homem e mulher. O sobedesce se realiza através do contato de cadeiras/quadris com empurradinha que suscita (sugere?) um movimento pendular.
SUBURBIO: (sub-urbis). Término que designa a baixa cidadde, onde habita o humilde de bom costume. Nos subúrbios viviam o imigrante recém chegado, disposto a fazer fortuna, e o gaúcho emigrado das cidades. Eram subúrbios: Boedo, a Boca, a Concepción, Montserrat e a zona portuária.
SUSPENSIÓN: Aspecto Vaivém.
TACONEO (sapateo): Se fala de quando homem ou mulher golpeam com o taco do sapato.
TACONEO (sapateo): Se fala de quando homem ou mulher golpeam com o taco do sapato.
TAMBO: 1. Feira dos subúrbios onde negros e mulatos tocavam candombes tamboriles (tamborins ?) e dançavam tangos lentos e voluptosos, segundo o escritor Carlos Bunge. 2. Nome que recebia o candombe, segundo o estudioso uruguayo Lauro Ayestarán. 3. Estabelecimento rural dedicado ao ordenho de vacas para o aproveitamento industrial do leite. 4. Voz quichua que designa as construções que franqueavam as carretas dos (incas) povos indígenas que habitavam a região onde hoje se encontram Equador, Peru, Chile e Argentina (norte) antes da chegada dos espanhóis. Tánpu, pousada. 5. (Lunf.) Prostíbulo.
TAMBORIL: Espécie de tambor alongado e estreito que somente tocava-se com ambas mãos ou com uma mão e um palito/baqueta. Instrumento próprio do candombe (candomblé ?).
TANDA (turno / rodada): Conjunto de quatro ou cinco peças dançáveis, pertencentes a uma mesma orquestra ou a várias de similar estilo. Espaço musical separado por cortinas. As rodadas se dançam completas com a mesma dupla /par, exceto que um ou ambos se sinta incomodado e decida deixar de dançar. Os temas se dançam completos. Aspecto Código.
TANGO: 1. Término dos negros afro-montevideanos derivado de tangó, “tambor”, ou do latím tangir, tocar, apalpar, que em espanhol antigo equivalia a (tañer) tocar um instrumento musical ou um instrumento. Segundo algumas teorias, drivaria de tang, que uma das linguas faladas no continente negro significa apalpar, tocar e aproximar-se. Na época da colônia, os negros denominavam tango a seus remendos de percussão. Segundo o professor Roberto Selles, término proveniente de tamtamngo, onomatopeia de sentido musical, com as acepções de: tambor, lugar onde se dança; dança; e certo rítmo em particular, que é precisamente o rítmo de tango (corchea com renda, semicorchea, corchea, corchea, por compasso). 2. Música popular nutrida de diferentes rítmos, nascida em Buenos Aires e Montevideo até fins do séc. XIX inicialmente em compasso 2x4, e desde a Segunda década do séc. XX escrita em compasso 4x8. O primeiro tango crioulo seria Tomá mate, che, letra e música do ator e compositor.............................espanhol Santiago ramos, em 1857, o primeiro que se lembra, geralmente, El Queco (bordel), de autor anônimo, ao redor de 1875, o mais solicitado na mesma época, Dame la lata, surgido nas romarias de Barracas do Norte. O primeiro cantado em disco. La bicicleta, gravado pela atriz Eloísa Ceballos em 1902; o mais conhecido no mundo. La Cumparsita, compsta pelo uruguaio Gerardo Hernán Matos Rodríguez em 1914; o primeiro cantor de tangos, o francês Charles Romualdo Gardés, logo Carlos Gardel; o primeiro tango canção reconhecido, Mi noche triste, escrito em 1917 pelo argentino Pascual Contursi, com música de Samuel Castriota, originariamente titulado Lita, estreada por Gardel. 3.Dança popular de dupla mista abraçada, caracterizada pela improvisação e ramificada em diferentes estilos. Se chamou tangó aos bailes que organizavam os africanos escravos trazidos ao Rio de la Plata (Rio da Prata). Entre os bailarinos mais notáveis se encontram os argentinos Casimiro Aín (El Vasco Aín), campeão mundial de dança moderna na França em 1920 e José Ovidio Bianquet, El Cachafaz, que morreu de um síncope enquanto atuava no Mar del Plata (Mar da Prata) em 1942, aos 57 anos. Na atualidade existe grande quantidade de
bailarinos virtuosos.
TANGO DANZA: Relativo a dança do tango.
TANGUEDAD NO TANGUIDAD: Espírito essencial para a concepção do tango. O que estava antes que aparecera o tango. Essencia do tango. Neologismo inventado presumivelmente pelo escritor Tulio Carella no livro Mito e Sustancia, 1956.
TANGUERÍA: 1. Lugar propício para a expressão artística vinculada com o tango. Restaurantes com música de tango, shows, exposição de quadros, pista dançável, etc. 2. Dança / música popular (milonga).
TANGUERO, RA: Término que refere a pessoa comprometida profundamente com o tango, em todas ou cada uma de suas disciplinas: música, dança, canto, história, etc. Um tanguero não necessariamente é milonguero (dançadeiro ?) nem culto em lunfardo ou a vida de Gardel.
TEATROS: Estabelecimentos empregados desde fins do séc. XIX adiante para difusão do tango através de sainetes, representações actorales (atorais), números de canto e dança, recitados, festas de carnaval, concursos e espetáculos dança, entre outros desenrrolar. O primeiro tango que se dançou em um teatro foi em “Julián Jiménez”, de Abdón Aròstegui, em 1890. Si bem o tango nos teatros merecia livro a parte, cabe mencionar que o triunfo do tango em 1921 e na década de ’40 monopolizou a atenção com influência maciça do público.
TERCERA: Aspecto Três.
TIEMPO (tempo): cada uma das partes em que se divide um compasso. O tempo pode duplicar-se ou dividir-se. Pisar em tempo: seguir o rítmo básico da composição musical; pisar em duplo tempo: lentificar o passo; pisar em meio tempo. Tropeço.
TIJERA (tesoura): 1. Movimento da mulher que consiste em abertura, cruz a frente, abertura e cruz atraz em trajetória circular enquanto o homem é eixo. Também Giro. 2. Pequeno e rápido salto do homem que consiste em entrar no ar com esquerda e direita entre as pernas da mulher antes de cair enquanto ela sai de um pivô ou se encontra em abertura. 3. Movimento do homem e/ou da mulher, que consiste em cruzar atraz e empurrar a própria perna dianteira, cruzar a frente e empurrar a própria perna traseira ao realizar ambos movimentos de maneira alternada.
TIRABUZÓN (saca-rolhas): Enrrosque do homem enquanto conduz a mulher em giro. O saca-rolhas tem um desenlace contundente e enérgico (vôos, tiradas, etc.). Término inventado pelo bailarino Carlos Gavito.
TITUBEO (cambaleo/cambalear): Aspecto Pausa.
TOMADA: Aspecto Dupla tomada e Posição de estudo.
TOQUE: Contato do peito do pé do homem com o pé da mulher, O toque deve ser breve. Também Enfeite, Chiche. Aspecto Golpezinhos ou Picar.
TORERO (toureiro): Figura que nasce da posição Cinco do Passo Básico e consiste em um giro da mulher ao redor do homem. Durante o Toreiro, a mulher executa um oito adiante profundo enquanto o homem acompanha comperna esquerda atraz para levá-la ao giro para o lado aberto da dupla. O movimento requer do homem torção similar a do toreiro com sua capa. Término inventado por
Carlos Gavito.
TRABA (trava): Se fala quando o pé do homem intercepta a ponta do calçado da mulher, que regressa de um pivô para a frente, obrigando-a a deter-se. Pelo geral a trava convida a passada. Também Freio.
TRABADA (travada): Aspecto Cruz.
TRASPIÉ (tropeço): Movimento composto por dois passos marcados unidos por uma troca de peso. O tropeço pode realizar-se para qualquer direção. Também Contrapasso.
TRENCITAS (trancinhas): Se fala de quando o homem executa oitos a frente enquanto a mulher oitos atraz, com deslocamento para a frente do homem.
TRES (três): 1. Terceira posição do Passo Básico. Pés do homem em abertura para a frente, com peso em pé direito, pelo lado aberto da dupla; pés da mulher em abertura para tráz, com peso em pé esquerdo. 2. Movimento que sucede ao dois mediante um deslocamento do homem com pé direito para a frente, pelo lado aberto da dupla, e a mulher com pé esquerdo para tráz. Início de caminhada do Passo Básico.
TRINQUETES: Aspecto Peringundines.
UNO (um): 1. Primeira posição do Passo Básico. Pés juntos da dupla em espelho: homem com peso em pé direito e mulher com peso em pé esquerdo. 2. Movimento que consiste em deslocamento da dupla enfrentada: homem com pé direito para tráz e mulher com pé esquerdo para frente. Aspecto Saída Atraz.
VAIVÉN (vaivem): 1. Movimento do homem que consiste em abrir e juntar os pés em forma pendular em diagonal, para frente e enfrentando a da mulher.....................como acompanhamento do oito atraz. Durante o deslocamento, homem e mulher devem coincidir com a descarga de peso enquanto pisam com o mesmo pé. O vai vem se distingue porque o homem só desloca os pés e não o torso. 2.Movimento conjunto que a dupla raliza a tempo com o rítmo de milonga (dança) e consiste em abrir e juntar os pés para a frente e para trás, enfrentados ou de lado, sem mexer o torso . 3. (Lunf.) Faca. Também Pêndulo, Suspenção.
VALS (valsa): (de Walts em lingua germana, girar, dar voltas). Dança e música originária da Europa Central, que encontrou seu apogeo em Viena, Áustria, para meados do séc. XIX. Música em compasso 3x4, que consiste em acento forte seguido de dois fracos. Dança de giros composta por uma dupla enlaçada. Baile de salão que chegou a América em 1850. Entre negros, índios, crioulos e gaúchos rioplatenses se dançava solto e música de valsas crioula uma dança de giros rústicos. Na atualidade requer de postura elegante, pasos com giros e movimentos ascendentes e descendentes. Um dos rítmos que dança nas (milongas) músicas populares.
VAREADOR: 1. Término de turfe que refere ao que prepara cavalos, porém não se permite montá-los. 2. Homem que nas milongas (dança/música popular) dança e galantea com todas as mulheres e não se compromete com nenhuma.
VIBORITA: 1. Movimento do homem que consiste em cruzes inusitados para a frente e para tráz com zigzagues veloz, similar ao oitinho milonguero (dançante), usualmente empregado com o rítmo de dança (milonga) e em trajetória circular, enquanto a mulher realiza oitos atrás. 2. Movimento do homem que consiste em tirar sucessivamente perna esquerda e perna direita da mulher enfrentado a ela. A dobro tirada alta que suscita a viborita deve realizar-se por contato de músculos e a perna do homem dar a impressão de serpentear.
VOLADITA (voadinha): Salto da mulher ao redor do homem. A Voadinha nasce da saída americana ou outras formas externas em espelho. Término inventado pelo maestro e bailarino Osvaldo Zotto.
VOLCADA (derramada): Forma externa onde o homem o leader coloca deliberadamente o mulher ou follower fora do seu eixo de estabilidade vertical, inclinando o mesmo para dentro, de modo que a mulher levará a cabo cruzes por de tráz, cruzes pela frente, etc. apoiada no homem. (Definição do bailarino, maestro e coreógrafo Gustavo Naveira. Término inventado por Gustavo Naveira).
VOLEO (vôo): (v. voar) 1. Se fala do modo em que se lança uma perna ante um movimento interrompido. 2. Palavra castelhana que define o golpe que se da a uma soisa no ar para impulsioná-la. Erronamente chamado (Boleo) Bolear/Voltear, do verbo bolear, perseguir com voadoras (boleadoras). Também Chicotada.
VOLEO ADELANTE (vôo/volta a frente): Movimento que consiste em lançar uma perna em forma cruzada a frente e da outra e se executa ao redor de um eixo. O vôo/volta a frente geralmente pertence a técnica da mulher e necessita de proposta masculina. Sem proposta, o movimento se transforma em enfeite. A execução requer da mulher uma perna ativa relaxada e em posição fechada.
VOLEO ALTO (vôo/volta alta): Movimento que consiste em lançar uma perna por tráz da outra, com desenho circular no ar, mantendo contato entre os joelhos. Pelo geral os vôos / voltas altos da mulher são propostos pelo homem não mais de duas vezes seguidas, exceto quanbdo se executam como enfeites. Movimento desaconselhável nos salões de tango por sua perigosidade para o ambiente.
VOLEO ATRÁS (vôo atráz): (backward volley): Movimento que consiste em lançar uma perna por traz da outra. Se fala de meio oito para traz interrompido, com troca repentina de direção, sem descarga de peso. Os vôos / voltas requerem de contato entre os joelhos, de igual execução para homem ou mulher e podem ser altos ou baixos.
VOLEO BAJO (vôo / volta baixo): Movimento que consiste em lançar uma perna por traz da outra, com desenho semicircular sobre o piso, mantendo contato entre os joelhos. Pelo geral os vôos / voltas baixos da mulher são propostas pelo homem não maos que duas vezes seguidas e são os únicos admitidos nas danças (milongas).
VOLEO EN LÍNEA (vôo / volta em linha): Se fala de todo recorrido que realiza uma perna em forma linear , lançada por interrupção de movimento. O vôo / volta em linha pode realizar-se para frente, para traz ou em forma lateral. Cada um deles requer de proposta masculina.
VOLTEO (¿volteada ¿): Pivô conjunto de noventa graus pelo centro da dupla /par, com imediato passo a frente e descarga de peso. Na (volteada) Volteo o homem avança pé direito e a mulher esquerdo.
VUELTA FANTASÍA (volta fantasia): Giro empregado nos bailes de (milonga) dança popular, geralmente para exibição. Na Volta Fantasia a mulher se desprende do homem, da uma volta sozinha e retoma o abraço com seu companheiro. Término inventado pelo maestro e bailarino José Domingo Monteleone “Pepito Avellaneda”.
ZAPATAZO (sapateado): Aspecto Golpezinhos.
ZAPATEO (sapateo): taconeo que na classe baixa incluiu o tango crioulo durante a primeira década do século passado.
ZARANDEO: Movimento proposto pelo homem que consiste em fazer pivotear para frente e para traz a mulher sobre um pé, em tempo com o compasso do tango.
ZIG-ZAG: Movimento empregado no baile de milonga (dança/música popular). Consiste em que o homem toque em meio tempo, com diferentes pés, os pés da mulher em caminhada normal. No zig-zag o homem avança com o pé direito, cruza perna esquerda atraz, toca com pé direito o pé esquerdo da mulher, avança com pé esquerdo, junta pé direito com esquerdo, toca com pé esquerdo o pé direito da
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