domingo, 23 de setembro de 2012

SAUDADES DE MIM por Mirian Marclay Volpato Lemos Melo

imagem: Consuelo Parra - Digital Artist 2012


Imprima em mim um beijo de amor e começarei a revelar minha alma.
Revele tuas faltas, tuas angústias teus medos e te faço luz na tua escuridão.
Dos precipícios de mim, desta infinita saga em forjar um paraíso em poesia eu sinto o mesmo que ti. Contentamento em estar entre as palavras, e nelas me banho.
Tu me conheces. Tão intimamente que te vês em mim, enquanto os outros são estranhos a nós. E é chegado o nosso tempo!
Meu eu, quanta falta senti de ti!
Reflexo de minha essência, permissão de me dizer as verdades que precisam ser ditas.
Eu vim para dizer, que estava com saudades de ti.
Saudades do tempo em que fazíamos o fogo do sentir movimentar as histórias da vida.
Em que escolhíamos um enredo, um maravilhoso script e brincávamos de ser a mirabolante imaginação do sentir!
Deste colorir, doce e afável retrato de nós senti tanta falta, como é bom que estejas comigo.
Meu riacho, meu recanto de paz, esse fluir de magnificência das coisas simples da vida.
Lembras que cada compêndio que terminávamos juntos erigia mais sede de conhecimento?
Lembras quando nos perdíamos em letras, na ausência do significado dessas pequenas estrelas que catamos, e que quando não conformado em não entendê-las dormíamos com o pai dos burros na mão?
Saudades daqueles dias de tardes mornas, em que viajávamos para dentro de nós, fantasiando o que queríamos ser, eu e tu meu eu, não queríamos nada impossível, apenas a felicidade!
Que bom vir filosofar contigo, meu amado eu, eu seguia tão só junto das conchas do oceano, em triste saga de te encontrar de algum naufrágio e que viesses me dizer das tuas coisas.
Viestes do mais profundo de mim, adornado como pérolas, deliciando meus cabelos, meu busto...com suas contas de contos, com esses suspiros tontos...ah...
Sabes dos meus reflexos, dos atos desconexos, dos caminhos tortos da alma. Dos íntimos conflitos.
Só tu sabes do que falo. Só tu conheces o todo. Os outros apenas vislumbram minha luz, ou minha sombra, mas não a integridade, ou integralidade de nós.
Ah meu eu, que bom que viestes...eu estava...morta de saudades...
por Mirian Marclay Volpato Lemos Melo

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