domingo, 28 de outubro de 2012

"CIÚMES" Falando de Amor com Mirian Marclay Melo

imagem: google

CIÚMES
Dizem que um pouquinho de ciúmes apimenta a relação amorosa, que faz com que nos sintamos desejados, amados e quistos. Pode ser que sim, mas verdadeiramente não concordo.
Não que eu não sinta ciúmes. Já que estamos falando de amor, e é requisito a sinceridade, porque amor sem verdade é qualquer coisa que não AMOR, que se registre: sou ciumenta sim.
E não, não me orgulho deste sentimento. Procuro não nutrir, não alimentar nem provocar na parte contrária. Porque sabendo como me sinto, tento não despertar no meu semelhante, especialmente aquele a quem digo ter amor, qualquer sentir que desagregue, que conscientemente eu não gostaria de receber em contrapartida.
Mas ciúme existe, em vários níveis, sendo que o que eu penso sentir está longe do ciúme patológico. Vivemos num mundo em que as ofertas de "amor instantâneo", fast love, estão cada vez mais acessíveis, eu, particularmente, denomino de desejo. As pessoas estão ai- quando não ao alcance das mãos, estão ao alcance dos olhos, do celular, da câmera do notebook, do tablet.
Qual o nível comportamental justo- aceitável- de alguém, em uma relação estável para conosco que não desperte aquele ciúme tão intenso ao ponto da pimenta virar MALAGUETA?
Será que o que os olhos não veem o coração não sente? Ou nós, na qualidade de seres pensantes, com o pouco que vemos somos capazes de tirar conclusões ante os padrões comportamentais do homem e da mulher comum?
Penso que existem limites plausíveis para quem quer manter um namoro, um noivado ou um relacionamento sério, não importa o nome que se dê - união estável, casamento...
Imagino e sustento que mesmo que algo que para um não seja ofensivo, se magoar, se ferir a pessoa amada há que ser, na medida do possível, especialmente quando certo ato específico não é imprescindível, evitado a qualquer custo.
É o que se espera de alguém que se pauta na dignidade no respeito ao semelhante.
Porque nós não podemos responder pelos atos de terceiros para conosco, mas nossos atos perante terceiros sim! E para toda ação sempre existirá uma reação! É princípio físico. Amor com amor se paga, cada um colhe o que planta. Quem semeia vento colhe tempestade.
Assim, é sabido que o amor verdadeiro gosta e precisa de brisa. De estar amparado em valores que tragam paz e harmonia ao ser e ao lar quando existe um. Ciúmes quando se dá causa é um ato que precisa ser revisto, sob pena de se ver um história de amor ruir, porque tal sentir não eleva o indivíduo, é uma amarra que por fim degrada e separa especialmente pessoas de bem.
Ainda não sou um ser evoluído, descolado, "bicho grila", paz e amor a ponto de abrir mão desse resquício do sentimento de posse, sim, ciúme tem a ver com "TER". E se tenho alguém que digo que amo, ainda não desconectei do coração essa coisa que se atrela ao amor e que, despertada, é como um vulcão que destrói, um poço profundo de lava que pode ser um caminho sem volta.
Melhor deixa dormindo...essa coisa chamada ciúmes, afinal, eu nunca gostei de pimenta.
Por: Mirian Marclay Melo

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