domingo, 20 de janeiro de 2013

ARRUMANDO O CORAÇÃO - Falando de Amor com Mirian Marclay Melo



ARRUMANDO O CORAÇÃO
Nesse mundo em que vivemos hoje, quando tudo se transforma numa velocidade indescritível, como as coisas construídas pela televisão, as revistas, a mídia como um todo incentivando o consumismo, imagino que a maior aventura que o "eu" trava é acreditar no amor verdadeiro e imutável.
Amor é um sentimento- conceituá-lo mais especificamente dai em diante é, sem dúvida, externar uma visão subjetiva - mas não é o "eu", o nosso sujeito interno quem sente, quem de fato ama? Então a aventura do meu eu hoje é comigo mesma, uma tentativa dialética, um exercício do espírito, de definir (sem restringir) O AMOR.
Que existem várias formas de amor, especialmente dirigidos certas pessoas nós já sabemos intuitivamente - naquele instante exato em que ele acontece nós já entendemos que tipo de amor será (claro, com raras exceções).
Mas será que ao longo do tempo esse amor não se transforma e, por força do passado continuamos a denominá-lo AMOR.
Frequentemente vejo gratidão ser confundida com amor, dívida de um coração para outro, seja por um grande feito, pela história de vida havida, enfim, até mesmo pelo comodismo da alma. Não que não seja amor, que não mereça esse nome, mas na essência é algo transformado, modificado, que muitas vezes sufoca novos sentimentos, que poderiam ser desde o desejo até o amor em seu significado mais pleno.
E as pessoas se seguram naquele amor do passado, se amofinam, se iludem e não vivem plenamente o futuro, por medo de ferir, de mudar o universo em torno de si. Constroem tratados, teoremas em prol de um estado de coisas que não podem ser modificados porque "se ama", quando não sabem nem muitas vezes amarem a si mesmas.
Assim parto do princípio - com muito custo às vezes- de que amando-ME em primeiro lugar, apaziguando meu coração a vida vai me dar condições de estabelecer o que quero do amor. Ai, depois, verei o que tenho, o que foi modificado pelo tempo, e se essa estrutura precisa de reparos, de ser demolida ou preservada.
A maior fantasia do ser é imaginar que o amor, aquele do primeiro olhar, dura para sempre. Nós mudamos, assim também é o sentimento, e não é "pecado" deixar de querer como se queria antes. O maior erro é estagnar dentro do peito algo que é mais verdadeiro do que o preestabelecido.
Gratidão persistirá como obrigado e não como obrigação, o sentir fraterno seguirá como a manifestação da irmandade, de carinho singelo. O desejo...Pode continuar existindo, mas nada disso isoladamente se traduz em amor, e talvez nem somados...
Cada um estabelece seu ideal de amor, o meu é muito simples: estar com alguém que me ajude a melhorar, a evoluir, mas que de forma geral me aceite pelo que sou.
Porque o amor não transforma ninguém, são as pessoas que se modificam e inevitavelmente acabam por transformar o amor.
Por: Mirian Marclay Melo

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