quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O OLHAR VÍTREO ALGEMADO por João Sebastião Barros

O artista plástico Adriano Figueiredo apresenta "Policromia"- no espaço do Shopping Pantanal.
Sob o patrocínio de Café & Prosa, mostra pinturas e canecas em porcelana pintadas.
Adriano Figueiredo dedica-se à pintura, a partir de 1999. 
Eu o compreendo tal qual uma arvore em pleno florescimento. Entretanto a estrutura dessa muda, já se antecede em belos frutos - porque é localizável e fortalecida nesta árvore, os valores e princípios norteadores de conjugação - sobretudo na busca de plasticidade, mato grossense e brasileira.
Uma pintura inspirada e fundamentada numa linguagem tematizada.
Celebra a realidade cultural. A classificação está expressa ante os gestos incessantemente quentes e coloridos.
Adriano Figueiredo assume a condição de artista plástico, quando valoriza a cultura e a realidade da gente e do local aonde vive.
Esta arte contém um aspecto ardente, visto que adiciona qualidades de alto nível, como arte, técnica e temática, enfim.
É ressaltada em seu âmago, a conjuntura entre abstração e figuração - formada por linhas curvas e filetadas - assim como uma espécie de rejuntes que se interligam num embaralhado vívido.
Concede ao pintar, o "aspecto vítreo" - como que intencionado em algemar o nosso olhar, direcionando-o a mais pura contemplação do belo.
É capaz de imitir a impressão de que - estamos no interior de uma igreja. Esta observação, envolta na clareza de expressão - comprova que esta arte de caráter libertária, brota da ótica e da alma do artista.
É demonstrado um traçado sinuoso na impermanência de direção, sem deixar ângulos, enquanto conectado à admiração do mundo globalizado.
Há uma acentuada querência de cumplicidade e de envolvimento, diante desta policromia, precisamente na elegância do gesto aberto e na tranquila desenvoltura do artista.
É a Arte de espelho, quando capaz de abranger admiradores e participantes - afetivos ou fãs em todos os níveis, incluindo-os à pirâmide social.
Está repleta de propriedades luminescentes, conforme os elementos plásticos de foto presença - como se fossem articulados e procedentes da parte posterior do quadro. Há certa intenção em projetar as imagens à frente.
Mediante este deslumbrante conjunto visual - sistematiza o diferente processo do viver mato grossense. Esta comparação artística constitui e representa a nossa dignidade.
Vem à superfície como peixe fora d'água a relevante originalidade - na intenção de espelhar os reais valores da localidade em questão, tais como, cajus, peixes, dançarinas do siriri, violas, mangas, pequis, borboletas, onças pintadas, jacarés, São Jorges, São Beneditos, enfim.
Vale a pena conferir a "POLICROMIA" de Adriano Figueiredo. Leve as crianças, pois outubro é o mês delas.
João Sebastião Barros é Prêmio de Viagem ao País.
É comentarista criativo enquanto expressão, status e função social.
 por: João Sebastião Barros 

Um comentário:

  1. Um nobre das artes plásticas e das letras, João Sebastião Barros desnudou a alma límpida do artista plástico Adriano Figueiredo Ferreira com esse texto esplêndido. Sucesso ao artista pela excelência da exposição Policromia, pela nobreza de sentimentos impressa em cada cor que muito bem representa o calor da nossa região.

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