quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Começou hoje (27/11) e vai até 06/12 a Exposição “Um passeio... Revivendo Cuiabá”, pelo artista plástico Walmir Leite

obra: Walmir Leite
Do acadêmico ao expressionismo, a Cuiabá antiga é convite para a exposição “Um passeio... Revivendo Cuiabá”, pelo artista plástico Walmir Leite, na Galeria de Artes da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso (SEC-MT), de 27 de novembro a 06 de dezembro. É a capital mato-grossense representada no segundo centenário, onde a mesma avenida que abriga a exposição, a Presidente Getúlio Vargas, é apresentada como avenida Poconé, em umas das 57 obras espatuladas a serem apresentadas, entre outras surpresas, ao visitante. A entrada é gratuita, as 13h ás 18h. 

As telas são verdadeiros tabuleiros, que propiciam aos apreciadores da visualidade o jogo de preencher os locais das praças, das igrejas, das pontes, dos córregos e dos casarios com os antepassados construtores da porção cuiabania. A localização da espacialidade urbana com as movimentações dos automóveis, as árvores que apontam para o horizonte celestial, os burricos puxando carroças, como um VLT (Veículo Leve sobre Trilho) sinalizam a territorialidade em signos cotidianos da época.

Também são fixados no cotidiano da cuiabania antiga o padeiro, o verdureiro, o leiteiro a cavalo, o vendedor de bolos, o lenhateiro com angico vermelho no lombo do boi e, dando graça e alegria, crianças empinando pipas e jogando bola de gude.

“Sinto-me realizado e feliz em apresentar aos visitantes e amigos quase sessenta telas espatuladas da minha velha Cuiabá de outrora, com o apoio de meus familiares, amigos e da professora Marília Beatriz Figueirdo Leite, minha curadora. Acredito ter completado esse momento colocando vida e movimento, ao inserir frios trilhos vazios e incrustrados nas velhas ruas, a imagem do primeiro bonde a tração animal de Cuiabá, precursor do já bem próximo VLT”, pontua Walmir Leite.

São obras cuja arte é feita do curso das espátulas e pincéis que narram Cuiabá por meio das mãos e olhar apurado de Walmir Leite, onde revela a essência e a força desta comunidade. Conforme destaca a professora mestre em Comunicação e Semiótica pela UFMT, Marília Beatriz, Walmir leite é “autor cidadão que com a arte torna possível a posição de encarar o futuro com a coragem, porque o passado foi penetrado por projetos competentes que permitem este presente esperançoso!”

Já destaca também a historiadora Elizabeth Madureira Siqueira, que colaborou na produção da exposição, que lembrar a Cuiabá de outrora é pensar na Cuiabá de hoje. Walmir Leite, como cuiabano autêntico, fez questão, nesta exposição, de brindar os visitantes com um olhar que conclama uma série de reflexão sobre a convivência entre o passado e o presente, o tradicional e o contemporâneo, apontando para as principais transformações. Vistos que muitos quadros reconstituem espaços que, hoje, não mais existem, mas que compuseram o viver, o lazer e a religiosidade dos cuiabanos.

São pinturas captadas de livros, por meio de álbuns gráficos de Mato Grosso, editado na Alemanha. Também de imagens registradas a partir do livro "Imagens da Cidade - Dos primeiros registros à década de 1960", da autora Maria Auxiliadora de Freitas, editado pela “Entrelinhas”, recém exposto no Pavilhão das Artes, da SEC-MT. Buscou na memória a infância e adolescência e procurou repaginar velhas fotos fragmentadas e frias da velha Cuiabá, dando-lhes calor, movimento e vida.

Walmir Leite
Sua última exposição foi em 1997, no antigo Buffet Maison Marie Louise, que não existe mais, onde apresentou a “III Exposição Individual de Pinturas”, em óleo sobre tela.

O artista teve sua iniciação em 1955, aos 17 anos, no Rio de Janeiro, com o professor Bustamante Sá, da Faculdade de Belas Artes, e dá lá para cá não parou mais. Fascinado por fotografias antigas, desde as estampas no “Album Graphico do Estado de Mato Grosso” até edições contemporâneas de excelentes historiadores modernos, com determinação, busca por meio do academicismo, às vezes próximo do impressionismo, pela massa de tinta lançada pela espátula, desprezar contorno, ângulos e enquadramentos.

Fonte: SEC MT

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