domingo, 16 de novembro de 2014

Gafes! Quem nunca cometeu? por Oscar Junior


       

Estou chegando das férias na Europa, na bagagem lembranças, nas recordações momentos inesquecíveis e outros, inusitados. Gafes! Ahh como são terríveis ... 
Logo na primeira semana em Paris e Troyes, interior da França, fui convidado pela minha anfitriã a experimentar o lendário sorvete mais saboroso do mundo: Berthillon. Uauuuuu! Que delícia! Dos Deuses! Contudo foi inevitável as perguntas comparativas: - porque só vem um pouquinho na embalagem? No Brasil o pote tem 2 litros! Ela me olhou educadamente, manteve sua impecável educação e disse que na França a qualidade está muito à frente da quantidade! Logo percebi a nítida certeza que tive a grande chance de ficar calado, a fazer uma comparação descabida como aquela. Pasmem!
No dia seguinte, planejamos para ir na Torre Eiffel! ebaaaa! Quando me deparei com aquele lendário monumento, meu estado emocional de alterou. Chorei!!! Flashes de filmes, documentários, livros, revistas passavam em meu pensamento! Minha amiga, dirigi-se para mim e disse: - parabéns pela sua primeira reação !! Não entendi! Ela explicou: - Boa parte dia brasileiros que aqui chegam, olham decepcionados e dizem: a torre Eiffel é esta montoeira de ferros? Pobre, almas...
Tiramos um dia e fomos a avenida charmosa Champs-Élysées, minha anfitriã dirigia em direção ao Arco do Triunfo quando me deparo com veículos vindo de todas as direções sem nenhum semáforo! A princípio parecia o "samba do crioulo doido". Durante o contorno no arco, eu temia uma colisão, não segurei e a advertia! Sorridente é serena, ela me deu uma verdadeira aula sobre as 12 avenidas que circundam o Arco, numa maravilhosa simétrica arquitetura, sobretudo pelo alinhamento do eixo histórico, chamado de via triunfal, na qual, edifícios, avenidas e monumentos públicos são alinhados numa precisão que Galileu Galilei deve ter "inspirado" os idealizadores desta magnífica concepção arquitetônica. 
Nessa altura do campeonato, eu não sabia o que me faltava: Cultura, conhecimento ou humildade de reconhecer minha total ignorância para aquela estrutura sagrada e cultuada por uma pluralidade de turistas do mundo todo!
Antes de anoitecer, veio a fome e com ela, mais gafes. Minha guia perguntou de gostava de Macarrão. Prontamente já devolvi minhas preferências: - talharine ao molho bolonhesa. Mais uma vez fui motivo de gargalhadas. Ela se referia a pâtisserie macaron, uma espécie de pão de mel dos Deuses, produto disputado a tapa por turistas do mundo todo!
Na outra semana fomos conhecer a perfumaria Sephora, confesso que nunca vi tanto glamour e variedades de perfumes. Enquanto partia determinado em direção ao Jean Paul Gaultier, educadamente fui convidado pela minha guia de ver outras opções da coleção outono. Fui firme na minha decisão! Nas percebi que "caras e bocas" da anfitriã queriam me avisar de algo. Pego para que fizesse sua explanação sobre minha escolha. Com todo respeito ela pedia para que abusasse dos testes olfativos sem receio, para que descobrisse novas fragrâncias, visto que a maioria dos brasileiros que lá iam, optavam por Azzaro e Jean Paul e as mulheres por Anais Anais e  212 Sexy. Valeu a dica.
Enfim, chegou a grande oportunidade para conhecer o tão famoso museu: O Louvre. Apesar de possuir mais de 300 mil peças em seu acervo, apenas 20% são expostas ao público e obviamente a mais desejada obra, A Mona Lisa, do escultor italiano Leonardo da Vinci. A grande expectativa dos turistas do mundo todo é ter a oportunidade de ve-la. Com nós brasileiros, não seria diferente. Contudo, a reação unanime com a grande maioria dos turistas brasileiros desavisados, ao se deparar diante de uma das obras mais valiosas do mundo: - " Nossa!!! Não sabia que era tão pequeno assim!!?? Não acredito que paguei 15 Euros para ver um quadro destes!!". A tela possui dimensões de 77 x 53 cm.  Como havia lido a respeito antes da viagem, pelo menos me livrei desta gafe, mas ainda fiquei cismado com a quantidade de pessoas se acotovelando para tirar uma "Selfie básica” em frente a tela, que está protegida por obstáculos e seguranças por todos os lados.
Para fechar com chave de ouro, outra noite fomos para um jantar, em Troyes, duas horas de Paris. Foi até a Adega e ao escolhermos um vinho, fui perguntado sobre as preferências da nobre bebida. 
Rapidamente abri um repertório de castas: Malbec, cabernet Souvignon, Carminere, entre outros que já degustei no Brasil. Felipe, o amigo francês me explicou o que eu havia estudado. O mundo vínico é dividido em Velho e novo mundo. 
No novo mundo, escolhemos o vinho pela uva. Na Europa, conhecida por velho mundo, o vinho é identificado pela região aonde foi elaborado. Com isso, fui surpreendido pelos meus queridos amigos, com uma viagem para conhecer a "Rota do Vinho"! Na Borgonha! Onde são elaborados os melhores vinhos do mundo!!! Inclusive o mítico Romanée-Conti. Que viagem maravilhosa!
Nessa experiência única, ao viajarmos para fora do nosso país, temos a certeza que iremos aprender e assimilar a cultura de outros povos de uma forma ou de outra. Ou por amor, ou pela dor. Faça sua escolha.
Por: Oscar Junior



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita, seu comentário e muito importante para o Fuzuê das Artes