quarta-feira, 8 de julho de 2015

André D’Lucca comemora 25 anos de sucesso no Teatro

André D’Lucca: 25 anos de sucesso no Teatro
Gladstone In Concert é a estreia de D’Lucca nesta temporada, que traz, além de Almerinda, os espetáculos Aluga-se, Bendito e Cuiabá Digoreste

Vinte e cinco anos de carreira, 15 anos de Almerinda. André D’Lucca (38) é o cuiabano que não desiste dos objetivos, acredita no que faz e investe todos os recursos para realizar seus sonhos, que a maioria é no teatro. Já teve mais de 15 nomes, recebeu muitas ameaças de morte e de processo, e tem duas ações contra ele por conta da personagem que é a segunda pele do ator, fazendo comédia crítica política. Para comemorar sua trajetória D’Lucca faz uma temporada com seis espetáculos diferentes, trazendo suas principais peças, nas noites de 21 a 26 de julho, no Teatro Cerrado – Zulmira Canavarros, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Sempre às 20h30, as apresentações começam com dois personagens fortes, que é o garoto de programa Lucas Hanter, em “Aluga-se Negro 1,75 80kg Malhado”, na terça-feira (21), e Bendito, na sequência (22). 

“Aluga-se” tem um formato multimídia que mistura teatro e cinema, num monólogo que mostra a paixão pela “vida fácil” do submundo de Cuiabá. O jovem investe tudo na carreira de michê, mas logo percebe que aquele lugar e as situações não são tão fáceis assim. A peça do gênero comédia dramática mostra as fases da prostituição masculina e as características de alguns clientes do protagonista.

Ela está muito diferente desde a estreia, no ano passado, com um “time” melhor entre o personagem e o vídeo. Após passar pelo Cine Teatro Cuiabá, pelo quintal da poetisa e escritora Luciene Carvalho, para apresentar o espetáculo exclusivo para a saudosa dona Conceição, mãe de Carvalho e do personagem Hunter na produção multimídia, foi para o município de Lucas do Rio Verde e numa temporada em São Paulo, onde realizou quase 40 apresentações.

Em Bendito, que teve estreia em 2011, D’Lucca expõe a trajetória de um peregrino pela vida, que apesar de todo o sofrimento, passa por várias adversidades e contratempos, mas não desiste e quer saber o que tem nesse mundo para ele. Neste espetáculo a banda já entra em cena com os músicos Henrique Maluf e Joelson da Conceição, o Macaco. 

Esta é uma nova montagem, com releitura no texto antigo e a novidade é a estreia do fotógrafo Fabio Motta como diretor de dois espetáculos, neste e no de rock, em “Gladstone In Concert”, que encerra a temporada festiva de 25 anos, no domingo (26).

Enquanto Aluga-se fala do profano, Bendito vem no contraponto do sagrado e se comunicam entre si, mas só quem tiver a oportunidade de assistir os dois espetáculos irá perceber. 

Na quinta-feira (23) é a vez do clássico da carreira de D’Lucca, em “Os Segredos de Almerinda”. Sucesso de público, o ator afirma que com certeza já passou de 1 milhão de espectadores. Pois quatro anos após a estreia 200 mil pessoas já haviam assistido a produção, que conta com a direção de José Augusto Barbosa e supervisão de Ingrid Guimarães e Heloísa Perissé.

“Eu ia chamar um ator conhecido de Cuiabá, mas vou convidar um aluno da oficina de teatro, que fez recentemente Improvisação e Interpretação Teatral comigo, o Paulo Nicácio. Ele se jogou no curso e foi a grande revelação. Para um ator conhecido é mais uma experiência, mas para Paulo, que irá interpretar o analista Walter, será algo inesquecível”, diz André.

Como a rica emergente socialite Almerinda Lowsbi já tem 15 anos de espetáculo, o show vem com piadas novas, mas sem perder a característica da mulher que tem por objetivo de vida achar um político para chamar de seu e, claro, fazer suas críticas cômicas da política mato-grossense.

Na sexta-feira (24) Almerinda continua seu show em “O Grande Truque”, de mágica, onde mistura comédia, política e ilusionismo, acompanhado da banda.

O quinto ato traz “Cuiabá Digoreste” toda musicada, no dia 25 de julho, onde André D’Lucca interpreta a família cuiabana fazendo os quatro personagens de Liu Arruda. Ele interage com o público com a matriarca comadre Nhara, o marido sossegado Juca, e os filhos Ramona, loira e atrevida, também o roqueiro Gladstone, que vive o dia inteiro no banheiro fumando ou com os amigos da banda atacando a geladeira.

Este espetáculo que homenageia o quase lendário Liu, tornou-se uma referência de humor para D’Lucca que passa a tomar gosto pelo regional. No Digoreste, que veste a direção de José Augusto Barbosa, terão mais músicos, além de Henrique Maluf, responsável pela produção musical, na guitarra, violão e voz, e traz Roberto Viana, no contrabaixo e voz, e Wender Couto, na bateria.

O grande final, no domingo (26) traz a estreia de “Gladstone In Concert”, que é um show de rock cuiabano com convidados que vão cantar junto com Glastone. Serão quatro shows performativos, sendo um com Roberto Lucialdo, e os demais com Lucius do Caju, Larissa Padilha e a dupla Billy Brown e o Magro de Bigodes.

OS 25 ANOS

Para alcançar seu lugar ao sol, André D’Lucca já mostrava que o dele estava reservado desde criança. Aos cinco anos de idade já imitava a mãe com peruca e diz que tem até fotografia para mostrar.

“Aí eu comecei a apanhar muito em casa do meu pai porque eu ‘arremedava’, assim como falavam, e não podia arremedar. E no início da adolescência tive que ir ao hospital para ver se a opção de médico, um sonho da minha mãe, era aquilo que eu queria. Mas não aguentei o cheiro do ambiente hospitalar e decidi que não quis”, lembra o ator.

Nesta época vendia banana nas ruas para assistir “Os Trapalhões” no antigo “Cine Bandeirantes”. Já amava a sétima arte. Fez até cinema com caixa de papelão, com quadros desenhados, que eram girados e narrados com a voz de André como pano de fundo. 

Este foi seu primeiro trabalho remunerado na área artística. Seu público era as crianças que pagavam uma entrada simbólica, que hoje equivale R$ 0,50.

Nos anos 90 participou por três anos do grupo Ânima, após assistir uma peça do grupo e decidir que seria ator. Mas o começo foi doloroso. Ele tinha a experiência teórica, mas esbarrava na hora de entrar no palco. Sua timidez e o esquema de trabalho do Ânima passou André na primeira fase, que era Drama, mas por ironia o reprovou na de comédia. 

Foi no município de Tabaporã que sua veia artística aflorou com tranquilidade, onde montou um grupo de teatro, e lá era ator, diretor e roteirista. Conquistou então, a partir de 1993, os palcos e ganhou segurança para voltar a Cuiabá.

Em 1995 entrou para o grupo teatral “Cena Onze”, onde ficou por cinco anos com o diretor Flávio Ferreira, que é uma de suas referências artísticas.

Em 2000 resolve andar com suas próprias pernas e foi quando nasceu Almerinda, em Cuiabá, cujo potencial alcançou o Rio de Janeiro. Três anos depois a peça tinha a direção das globais Ingrid e Heloísa.

Esse período na cidade maravilhosa rendeu também seis participações em novelas, com personagem e fala. A mais longa foi em “7 Sete Pecados”, onde fez o sequestrador Carlão e ficou um mês no ar.

Depois cinco programas Linha Direta, na emissora Globo, participação em “A Grande Família”, na série “Guerra e Paz” e fez três episódios de “Sob Nova Direção”, onde em um deles foi o convidado principal. Era um texto escrito por Lázaro Ramos, que não pôde participar e André era a segunda opção.  

Continuou Brasil a fora, em alguns países da Europa, onde estudou e apresentou. Gravou um comercial da Coca-Cola na Argentina e soma em seu portfólio mais de 40 comerciais, dezenas de curtas-metragem. É protagonista em “Sua vida é você quem faz”, de João Carlos Bertoli, encena na minissérie “Rondon, o grande chefe”, de Rodrigo Piovezan e está no curta “S2”, de Bruno Bini.

No início da carreira já foi André Luis, André Rocha, André Luz, Luiz Hoffman, até que em 2000, quando estava indo para o Rio foi batizado com André Lucca pelo amigo Jarderson Fialho e, em 2005, Chico Anysio escolhe o novo nome André D’Lucca. Por se incomodar do nome do filho ser parecido demais, do ator André Lucas.

“O Chico tem um filho chamado André Lucas e numa apresentação que fez comigo, participando como o analista Walter, em Os Segredos de Almerinda, na hora de agradecer o público Chico sugeriu o novo nome ao citar: André D’Lucca é a revelação do humor nacional. Eu tenho duas testemunhas que é Duda Ribeiro, um ator global, e Cristina Fortuna, que é uma psicóloga aqui de Cuiabá”, conta com riso a situação.

SERVIÇO

Os ingressos serão vendidos a R$ 40 e R$ 20 meia. Também 200 combos promocionais de R$ 100 que garante entrada em todos os todos os dias. Local das apresentações: Teatro do Cerrado – Zulmira Canavarros, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Mais informações 3623-0000.

Beatriz Saturnino - Da Assessoria

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