João Sebastião - foto Rosylene Pinto |
FORMIDÁVEL JOÃO SEBASTIÃO
O céu lilás está
em festa, uma festa de um sorriso doce de fera, de olhos feitos de estrelas,
cristalizados no semblante de um menino que brincava com cores. Nós, aqui,
ainda sem chão, juntando nossos fragmentos pela partida de um irmão que
compreendia a inquietude poética da vida, que de forma leve, serena, encantava
e aglutinava pelo seu espírito acolhedor e de compartilhamento, pelo seu desprendimento
a qualquer egocentrismo, tudo em prol da arte e do elemento humano. A partida
do menino onça, mestre místico de telas com as quais tivemos a honra de
conviver, nos traz a reflexão de que o próprio conceito de tempo para nós se
faz fugaz.
João Sebastião era
um artista com reconhecimento, consolidado e festejado que se relacionava com
os amigos e demais artistas, assim como com jovens talentos, de forma harmônica
e respeitosa.
Na medida em que
nos será eterno o seu terno modo de agir, seu contagiante modo de ensinar nos
deixou um legado de generosidade, cultura, urbanidade e sensibilidade. Portava-se
de forma nobre, gentil, elegante, transformando a si mesmo e aqueles que o
acompanhavam nesta jornada do sentir. Suas pautas, seus posicionamentos
impulsionavam o aprimoramento do elemento artístico. Sabia ouvir e pedir
sem macular ou diminuir seu semelhante. Agia de modo a nos fazer sentir parte
de um todo importante, essencial, sem se pautar em coisas menores. Considerava
de forma digna o próximo, dedicava seu nobre tempo em auxiliar o aprimoramento
do indivíduo que procurasse o seu auxílio. Transbordava uma doçura típica de
almas evoluídas, desapegadas das coisas meramente materiais.
João Sebastião é e
sempre será formidável. Transitará por eras e mais eras em nossos seres, como
se a sua partida não tivesse ocorrido, e, certamente, a brevidade da vida não
conseguirá fazer com que nos esqueçamos da maestria de seus contornos, enquanto
ele caminha em vales coloridos, acompanhado de sua onça, apreciando a beleza
que ultrapassa os limites do espaço tempo.
Ensinava e
aprendia na mesma medida, e talvez, por isso mesmo, por estar aberto ao todo
cativava com singularidade. No pouco tempo em que tive o privilégio de conviver
com ele eu o chamava de mestre, visto que professava luz e matizes translúcidos
em sua lucidez idílica.
Por: Miriam Marclay Melo
Missa de sétimo dia do Artista Plástico João sebastião Francisco Da Costa - Sábado às 19h00 na paróquia Nossa Senhora Da Guia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, seu comentário e muito importante para o Fuzuê das Artes