Escritores selecionados em prêmio recebem troféus em noite de autógrafos
Será realizada nesta terça-feira (14), às 19h30 no Palácio Paiaguás, a cerimônia de premiação das nove obras contempladas no 1º Prêmio Mato Grosso de Literatura. Os autores receberão troféus e irão autografar seus livros em uma noite especial que contará com a presença do governador Pedro Taques, do secretário de Cultura, Leandro Carvalho e de Ricardo Medeiros Ramos Filho que, além de ser um dos pareceristas, é neto do escritor Graciliano Ramos. Na ocasião haverá ainda o lançamento da segunda edição do prêmio e do Ano Manoel de Barros.
“Será uma noite de celebração do livro, da leitura e da criação literária. Novos autores ao lado de escritor experientes, de vários municípios do Estado, recebendo o primeiro Prêmio e inaugurando um novo momento da literatura mato-grossense”, destaca Leandro Carvalho.
Lançado em julho do ano passado, o Prêmio MT de Literatura tem como objetivo apoiar a publicação de obras literáriasbem como incentivar a produção, valorizar e promover escritores residentes em Mato Grosso. Do total de nove obras selecionadas, cinco são de autores do interior do Estado.
A seleção dos textos foi feita por uma comissão técnica formada por profissionais da área, entre eles Ricardo Ramos Filho. O escritor possui 19 livros editados no Brasil e dois no exterior, publicados em Portugal e nos Estados Unidos. É mestre em Letras no Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Desenvolve pesquisa na área de literatura infantil e juvenil onde vem trabalhando academicamente o avô Graciliano Ramos, privilegiando o olhar sobre seus textos escritos para crianças e jovens. Além disso, ministra diversos cursos e oficinas literárias na Escola do Escritor (literatura infantil, roteiro de cinema, poesia, conto e crônica).
Ricardo é ainda roteirista de cinema com roteiros premiados. Atua como coach literário, orientando clientes na elaboração de seus livros e é cronista da revista literária eletrônica Escritablog. Além do Prêmio Mato Grosso de Literatura, ele participou como jurado de outros concursos literários como Portugal Telecom e o Prêmio São Paulo de Literatura.
Os outros jurados são: Agnaldo Rodrigues da Silva. Pós doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestrado e doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo, foi professor efetivo adjunto, pró reitor de Ensino de Graduação e atualmente é diretor do Centro de Pesquisa e Museu de Arqueologia, Etnografia, Paleontologia e Espeleologia na Universidade do Estado de Mato Grosso.
Epaminondas de Matos Magalhães: com doutorado em Letras Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2014), mestrado em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal de Mato Grosso (2010) e graduação em Letras Língua Portuguesa, Inglesa e respectivas Literaturas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2006). Atualmente é professor efetivo do Instituto Federal de Mato Grosso Campus Pontes e Lacerda.
Manoel de Barros
Nascido em Cuiabá em 19 de dezembro de 1916, o poeta completaria 100 anos em 2016. Falecido em 13 de novembro de 2014, Manoel de Barros receberá uma justa homenagem com a instituição, por meio de decreto governamental, deste ano como o dos 100 Anos de Nascimento de Manoel de Barros, a ser celebrado até 31 de dezembro deste ano.
Uma comissão composta por representantes da Secretaria de Estado de Cultura, de Educação, Gabinete de Comunicação e da Casa Civil promoverá atividades comemorativas em alusão à vida e realizações do escritor mato-grossense.
Manoel de Barros é considerado um dos maiores poetas do Brasil, aclamado nos círculos literários e cuja obra é reconhecida mundialmente.
Conheça um pouco sobre as obras contempladas nesta primeira edição do Prêmio MT de Literatura:
- Agnus Dei: no mar de água doce, de Rui Matos (Cuiabá)
O romance vivenciado na década de 1930, no bucólico arraial de Poconé, fundado em 1777, é uma grande paixão que se fundiu aos mistérios da maior planície alagada do Planeta. A obra resgata o cotidiano rural pantaneiro que se perdeu no tempo. A cultura, a culinária e o modo peculiar do falar são os temperos da lida com o gado, das conduções de boiadas, caçadas, pescarias, histórias de assombração, tramas, vidas que chegam e que vão.
- Balaio Amarelo, de Marilza Ribeiro (Cuiabá)
Neste livro, os poemas assumem a forma de totens para propor a volta da perdida sabedoria ancestral em que viver era sinônimo da comunhão natureza-sagrado. Os poemas-totens denunciam o vazio e a solidão do mundo contemporâneo tecnologizado e corporificam o desejo de proteção da poesia - fala encantada - de onde emana o que distingue o humano, de onde emana a conexão com a espiritualidade, de onde emana o inefável sopro que nenhum comércio pode comprar ou vender.
- Liu Arruda, a travessia de um bufão, de Ivan Belém (Cuiabá)
O ator Ivan Belém, hoje um historiador, relata com emoção e singularidade a rica trajetória cênica do Grupo Gambiarra de Teatro, precursor do teatro de rua de Cuiabá que celebrou uma parceria com o ator Liu Arruda, abandonando os espaços convencionais e buscando os bares, as ruas e praças para as suas experimentações cênicas. Adotaram como gênero de linguagem a irreverência, a paródia, o deboche, a cizânia, a “tgira cuiabana”, para a escritura de sua própria dramaturgia.
- Não presta pra nada, de Marta Cocco (Tangará da Serra)
Ideia sobre ideia, sentimento sob sentimento, explícito atravessado pelo subliminar, dito e oculto numa dança perfeita fazem destes contos um bordado delicado e forte: um encontro de mulheres sábias e surgem as dores e o esquecimento, mas também o amor à família e a sabedoria; as dificuldades da criança em enfrentar o mundo cruel e discriminatório e o desabrochar da amizade; um assalto, um relato e a descoberta dos perigos que as mulheres enfrentam no cotidiano, vivendo ou sobrevivendo; o abandono na velhice, a ganância humana e a catarse pela escrita...
- No chão do Araguaia li meu mundo, de Irene Severina Rezende (Tangará da Serra)
A obra compõe-se de 77 poemas nos quais predomina o canto ao sertão, à vida simples, à natureza, enfim, o local externo e interno da autora, em uma vastidão de sentimentos e emoções que se presentificam em palavras carregadas de sentidos e significados de quem vive, sente e age poesia, em êxtase constante.
- Norte, de Everton Almeida Barbosa (Tangará da Serra)
Poesia é música, imaginação e narrativa. Em Norte, de Everton Almeida Barbosa, a poesia está completa. Musicalidade e narrativa se entrelaçam. O eu lírico é também social, cultural, histórico. Como se o poeta tivesse o dom de reunir a contemplação distanciada, crítica e moderna de um Drummond, com a narrativa empolgante e socialmente participativa de um Castro Alves. E ainda com voz poética própria e experiência única como nos fazem imaginar os verdadeiros poetas.
- O último verso, de Stefanie Medeiros (Cuiabá)
O livro costura a trajetória de um escritor já idoso, dócil e de grande talento em meio aos conflitos das relações familiares e sua vontade férrea de não deixar a poesia de lado. Trata-se de Edmundo Mesquita, que nunca foi um homem prático. Desde jovem, sempre gostou de escrever poeticamente. Aos 85 anos de idade, com a ajuda de sua esposa, Soraia, conseguiu conquistar o conforto necessário para se dedicar à literatura, sem desfocar sua atenção com outras preocupações. E é assim que passa seus dias: levanta cedo, toma o café da manhã com a família e se tranca em seu escritório, no segundo andar da casa, para “fabricar” seus poemas. Até que o inesperado estoura, de repente, a bolha de sabão em que vive...
- Prefeitos de Poxoréu: Biografias, de Gaudêncio Filho Rosa de Amorim (Poxoréu)
Este livro não é tão somente a síntese biográfica daqueles que lideraram o Poder Executivo de Poxoréu, Mato Grosso, mas também um acervo de informações sobre a política, os políticos e o cenário que os envolve. Além da história de vida dos prefeitos, o livro resgata estatísticas eleitorais e resultados de eleições no município.
- Recomendações de Anchieta, de Alexandre Tarelow (Araputanga)
A narrativa gira em torno de alguns artefatos antigos encontrados casualmente por peões de trecho que trabalhavam na fazenda de um senador, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade. Entre os renomados arqueólogos contratados para investigar o importante sítio arqueológico está Lilian que, junto com o delegado local Basil, irá deslindar o mistério que envolve algumas mortes e contatar o espírito de Anhangá, o tinhoso.
(Da Assessoria/ Angélica Moraes - SECMT)
Foto por: Rafaella Zanol/ GCom - MT
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, seu comentário e muito importante para o Fuzuê das Artes