Urbanidade é tema de exposições que reúnem Babu78,
Silva Freire e Dias-Pino
Obras dos artistas figuram em duas exposições que
abrem nesta segunda-feira (22) no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT
A partir da segunda-feira (22), o Museu de Arte e Cultura Popular da
UFMT sediará duas exposições diferentes, mas, que se comunicam. O grafiteiro
Babu78 protagoniza a mostra Cuiabá Abissal – Todos os Muros da Cidade, ao tempo
em que Wlademir Dias-Pino e Silva Freire são homenageados em Cuiabá – Cidade
Palatável”. É assim que em tempos de celebração dos 300 anos da capital, o
museu exibe a urbanidade presente nas obras de cada um deles.
Uma cerimônia marca a abertura das exposições que mesmo divididas no espaço
do museu, se comunicam. O artista Babu78 e os curadores Amanda e Willian Gama,
de Cuiabá Abissal, assim como a filha do poeta Silva Freire, Larissa e a viúva
de Dias-Pino, Regina Pouchain e a coordenadora de Cultura da Procev, Thania
Arruda – responsáveis pela curadoria da segunda -, recebem o público a partir
das 20h. A mostra fica em cartaz até o dia 14 de junho, com visitação diária,
das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.
Em Cuiabá Abissal, segundo Willian Gama, a obra do artista Babu78,
exposta a céu aberto nos muros da cidade, também receberá registro, por meio da
exibição de fotografias. “A mostra individual tem um Babu78 mais maduro,
sensível e atento, resgatando com fotografias, pinturas e desenhos sua própria
obra que vem sendo desenvolvida ao longo dos últimos dezenove anos”, conta
Willian.
“Sobre o artista vale ressaltar que ele carrega consigo sua obra de
protesto que, consciente e politizada, reflexiona a realidade cotidiana de uma
sociedade aquém do centro. Denúncias postas em muros, telas, papéis ou qualquer
superfície que possa sustentar o grito de apelo de quem vive à periferia da
sorte e de seus direitos”.
Cuiabá – Cidade Palatável
Em outro espaço, Larissa Silva Freire e Regina Pouchain promovem a união
de obras do poeta Silva Freire e Wladimir Dias-Pino. Contemporâneos, ambos
foram muito amigos em vida. Segundo Larissa, foi selecionado para a ocasião, o
poema Campus de Universidade, de autoria do poeta Silva Freire. “A escolha foi
motivada pela dupla celebração do terceiro século de uma cidade que inicia a
abertura das comemorações do cinquentenário de sua universidade no ano de
2019”.
Silva Freire foi um poeta que vivenciou e sentiu o crescimento urbano
durante o século XX, de modo que se transfigurou nela numa fusão entre o
escritor e seu espaço de pertencimento.
“Suas pesquisas poéticas, de abordagem etnográfica e sociológica,
resultaram em um mapeamento memorialístico ‘rurbano’”. O poema Campus de
Universidade foi publicado no Caderno de Cultura n.6. “Um convite para se
pensar sentir e viver o campus que há na univer(cidade)”, diz ela.
Representando Dias-Pino, Regina Pouchain, explica que o pequeno conjunto
de trabalhos apresentados celebram a partir de Wlademir Dias-Pino o
Tricentenário da Cidade de Cuiabá, expandidos na mostra O Olhar Cria Esquinas
Para o Azul – desde dezembro de 2018 no Museu de Arte e Cultura Popular.
“O artista que a elegeu como sua cidade, onde passou parte da infância,
a juventude, e 25 anos de maturidade, ao final de sua vida, manteve tatuada em
seu corpo e no metabolismo deflagrado por sua memória afetiva, uma Cuiabá
insular inúmeras vezes revisitada”.
“Tentamos aqui instigar, dar a conhecer, algumas séries desse legado, em
contraponto com a monumentalidade ainda tão desconhecida da singular produção
de Wlademir: o pensador/artista e o artista/pensador – antes de tudo de
conceitos nucleares intensivistas, tomados como ponto de partida e implícitos
posteriormente em suas criações/intervenções: concretismo, poema conceito,
poema/processo, poemas sem palavras gráficos e eletrônicos:
contrapoemas/anfipoemas. Poeta enfim de uma energia tão enfática que atravessou
quase todo o século XX e início do XXI”, declara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, seu comentário e muito importante para o Fuzuê das Artes