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Coral UFMT e Coro Experimental MT se unem para apresentar “Entre Cantos e Batucadas”
No próximo domingo (dia 24), cerca de 120 artistas – entre coralistas e instrumentistas - subirão ao palco do Teatro da UFMT para um espetáculo que irá celebrar o canto coral. Integrantes do Coral UFMT e do Coro Experimental MT (CEMT) farão uma única apresentação de “Entre Cantos e Batucadas” - um concerto onde cada grupo mostrará parte de seu repertório mais recente e todas as vozes se unirão para a estreia de “Missa Batucada”, de autoria do cuiabano Jefferson Neves.
Jefferson Neves - Coro Experimental MT
Não é a primeira vez que os diretores artísticos e regentes do Coral UFMT e do CEMT, respectivamente, Dorit Kolling e Jefferson Neves, conciliam suas atribuladas agendas visando à realização de um espetáculo em conjunto. Porém, a proposta de produzir algo “do zero”, segundo o maestro, é totalmente nova e inclui o fato de os dois coros terem enfrentado juntos o desafio de aprender “Missa Batucada”. Tudo aconteceu em tempo recorde, já que a obra foi composta em janeiro passado e a decisão de encarar um trabalho de tal proporção só foi tomada no final de junho.
“Foi muito desafiador gerenciar a agenda de tantas pessoas e trabalhar com um elenco gigante em pouquíssimos meses”, comenta Dorit, que dirige o Coral UFMT há 34 anos. Para ela, o maior desafio foi “timbrar” as vozes de cantores de dois coros habituados a diferentes técnicas de ensaio e, principalmente, fazê-los cantar em latim e, ao mesmo tempo, encarar todas as mudanças de melodia, ritmo e tonalidades propostas pelo compositor de “Missa Batucada”.
A realização de “Entre Cantos e Batucadas” só é possível graças à sintonia, ao respeito e ao carinho entre Dorit Kolling, Jefferson Neves e Tuanny Godoi, que também está à frente do CEMT desde a sua fundação em 2017. Os dois últimos se consideram “crias” da maestra, já que foram alunos de Dorit no curso de Música da UFMT e integrantes do Coral UFMT.
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| Dorit Kolling - Coral UFMT |
A gaúcha Dorit também é pródiga em elogios aos antigos pupilos e revela seu orgulho de ver que eles, assim como outros ex-alunos, “abraçaram a causa do canto coral”. Ela destaca a importância do intercâmbio entre coros – uma tradição em seu estado natal – para o fortalecimento do movimento coral no Brasil e, especialmente, em Mato Grosso, e diz ter encontrado no CEMT o parceiro ideal pelo fato de os dois grupos trabalharem a parte cênica como um elemento agregador ao concerto, sem se descuidarem do aspecto musical. Trocando em miúdos, trata-se de dois coros onde a expressão corporal e a movimentação dos cantores em cena são consideradas fundamentais para a comunicação com o público na maior parte dos espetáculos.
A diversidade é outra característica que une os dois corais, seja ela de idade (a faixa etária dos cantores vai de 18 a 76 anos), cor de pele e/ou identidade de gênero. O grande coro, que resultou da união do Coral UFMT e do CEMT, inclui mulheres cisgênero e trans nos naipes de tenores e sopranos, por exemplo.
Toda essa diversidade poderá ser conferida no espetáculo “Entre Cantos e Batucadas”, que terá um momento regional (um resumo do show “Expresso Pantaneiro”, do CEMT), um momento afro-brasileiro (a cargo do Coral UFMT) e um momento-apoteose com a estreia de “Missa Batucada” - uma obra que une a tradição católica com elementos da cultura cuiabana (com influência do siriri) e de povos originários.
Dorit Kolling, Jefferson Neves, Tuanny Godoi e Luanna Fonseca, supervisora do Coral UFMT, assim como os coralistas e músicos envolvidos no concerto, estão entusiasmados com a realização de “Entre Cantos e Batucadas”, que comprova a importância de os corais produzirem seus próprios espetáculos e não ficarem restritos a fazerem meras apresentações em outros eventos.
“Outros corais já fizeram isso em Mato Grosso e fazem no restante do país, mas é sempre renovador ver o canto coral como protagonista absoluto de um espetáculo”, comenta Dorit. “Em ‘Entre Cantos e Batucadas’ o público será brindado com a melhor da arte de dois dos mais ativos coros de Mato Grosso. Isso é muito estimulador”, ecoa Jefferson Neves.
Serviço
O que: UFMT convida! Coral UFMT e Coro Experimental MT em “Entre Cantos e Batucadas”
Quando: Dia 24 de setembro de 2023 (domingo), às 20h
Onde: Teatro da UFMT
Quanto: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia entrada para quem tem direito por lei) e R$ 35,00 (ingresso social mediante a entrega de 1 kg de alimento não perecível).
Para a compra de ingressos acesse: https://www.bilheteriadigital.com/entre-cantos-e-batucadas-24-de-setembro
Concerto “três em um” - Quem for assistir a “Entre Cantos e Batucadas” poderá assistir a uma breve apresentação de “Expresso Pantaneiro”, último espetáculo do Coro Experimental MT, seguida de um show do Coral UFMT com uma pegada afro-brasileira e, finalmente, a estreia de “Missa Batucada”, obra de autoria de Jefferson Neves, a ser interpretada pelos dois corais.
“Entre Cantos e Batucadas” será aberto pelo CEMT com um pocket show de “Expresso Pantaneiro” - uma viagem musical pelo Pantanal mato-grossense, que conquistou o público com a versão para o canto coral de grandes sucessos da música regional. Canções como “Chalana”, “Tocando em frente”, “Comitiva Esperança”, “Chuva no Pantanal” e “Amanheceu, peguei a viola” serão lembradas em arranjos de autoria de Jefferson Neves, em que as vozes ganham o acompanhamento luxuoso da viola de Eduardo Santos (também conhecido por Madá) e da percussão de Denisson Miranda.
Criado em 2017, sob a direção de Jefferson Neves e Tuanny Godoi, o CEMT tem se notabilizado pela montagem de espetáculos de canto coral, cujas características principais são a ousadia e a versatilidade na escolha do repertório, que vai do rock e do pop internacional à música popular brasileira, passando por canções tipicamente cuiabanas e pela música sacra. Assim nasceram “Canção Postal”, “A Tempo”, “Studio 90”, “O Poder da Floresta”, “Somos Coro Experimental” e, mais recentemente, “Expresso Pantaneiro”. Mantido de forma independente, o CEMT conta hoje com apoio da Companhia das Artes e Associados/ Balé Caroline (Cidarta), com a cessão de espaço para a realização dos ensaios semanais.
África presente – O Coral UFMT será eclético em sua participação no concerto “Entre Cantos e Batucadas” com a inclusão de canções do repertório tradicional do canto coral, como o “Alleluia” do compositor Randal Thompson. Em seguida, o grupo apresentará “Olhos Coloridos”, canção poderosa de Macau que se eternizou na voz da cantora Sandra de Sá; “Cangoma me Chamou”, uma música de tradição oral de escravos brasileiros; “Africa”, composição de David Patch e Jeff Porcaro, que será regida pelo músico Adonys Aguiar, e “Baba Yetu”, de Christopher Tin, cuja letra é uma tradução da oração “Pai Nosso” para o dialeto africano Swahili.
Criado em 1980, o Coral UFMT desenvolve há 43 anos um trabalho artístico-musical que atende pessoas da comunidade bem como alunos e servidores da Universidade Federal de Mato Grosso. Ao longo de sua trajetória, participou de diversos eventos, encontros e festivais de coros em Cuiabá e cidades do interior de Mato Grosso, em vários estados brasileiros e cidades do Uruguai, Argentina, Paraguai e Panamá.
Produziu e realizou inúmeros espetáculos temáticos como “Canta Chico”, “Alguém Cantando”, “Procura-se um Coração”, “Canta Beatles”, “MilTons”, além de concertos eruditos como “Misa Criolla” e “Carmina Burana”, entre outros. Participa ainda de concertos sinfônicos juntamente com a Orquestra Sinfônica da UFMT, tendo apresentado a ópera “A Flauta Mágica”, cantatas de Natal e concertos com repertório diverso, passeando entre o erudito, o sacro, o popular e o regional.
Em “Ente Cantos e Batucadas”, o Coral UFMT contará com 60 coralistas e a participação dos percussionistas Adonys Aguiar, Clóvis Gonçalves e Rômulo Aguiar, do violonista Ricardo Porto e da pianista Carol Braga. Atualmente o Coral UFMT está sob a supervisão de Luanna Fonseca, com preparação vocal de André Vilani e, desde 1989, a maestra Dorit Kolling responde pela direção artística e regência.
Missa Batucada - A liturgia da missa católica sempre exerceu forte fascínio nos compositores independentemente de sua orientação religiosa e, ao longo dos séculos, os textos litúrgicos ganharam versões que incorporaram ritmos e outros elementos de culturas locais. Este ano, com a criação de “Missa Batucada”, o compositor cuiabano Jefferson Neves, fundador e diretor artístico do CEMT, passa a fazer parte do seleto time de músicos que encontraram no formato da missa o espaço ideal para exercitar sua criatividade.
Muita gente pode se surpreender ao ouvir a nova composição de Jefferson Neves, conhecido por sua irreverência artística e seu envolvimento com a música popular. “Por ser uma obra de grande duração (aproximadamente 20 minutos), consegui colocar em cada parte da Missa (Kyrie, Glória, Credo, Sanctus e Agnus Dei) um pouco das experiências musicais vividas nos últimos 25 anos, utilizando elementos que fazem parte da minha formação sociocultural e artística”, conta o compositor, que iniciou sua trajetória musical como coralista, na adolescência.
Em alguns momentos de “Missa Batucada”, o ouvinte atento poderá identificar a influência da música regional mato-grossense, resultado da atuação de Jefferson como cantor do grupo de dança folclórica Flor Ribeirinha. “O toque da viola de cocho com a sua textura sonora singular, as batucadas do mocho aliadas ao repique do ganzá também foram fundamentais para a minha criação”, explica. Em outras passagens, o público poderá se sentir num mosteiro da Idade Média.
Toda essa diversidade poderá ser conferida no concerto “Entre Cantos e Batucadas”, que irá reunir aproximadamente 110 coralistas no palco do Teatro da UFMT, no próximo dia 24. Para levar ao público mato-grossense esta obra inédita, Jefferson Neves e Tuanny Godoi (diretora geral do CEMT) convidaram a maestra Dorit Kolling, diretora artística e regente do Coral UFMT, que não poupou esforços para realizar a missão de reunir e preparar um elenco tão grande. Ela só tem elogios para Jefferson, que cantou sob sua regência no Coral UFMT e foi seu aluno no curso de Música.
“Como compositor, o mérito é único e exclusivo dele, já que não sou compositora, nem arranjadora. Mas acompanhei Jefferson desde o início e logo percebi que era um coralista e aluno diferenciado”, afirma Dorit.
Trabalhar “Missa Batucada” com os integrantes dos dois corais está sendo um grande desafio para os regentes e, embora todas as decisões sejam tomadas em conjunto (com a participação de Luanna Fonseca, supervisora do Coral UFMT), Dorit preferiu deixar a regência da peça sob a responsabilidade do compositor. “O protagonismo é dele”, justifica.
Além das vozes masculinas e femininas, “Missa Batucada” tem na percussão seu maior trunfo, misturando referências da música regional mato-grossense, africana, latino-americana e dos povos originários. “A obra foi escrita dessa forma para que eu pudesse apreciar o som de duas das coisas que mais amo em música: voz e percussão”, conta o compositor. Mas durante os ensaios, ele sentiu falta de outro instrumento de sua predileção: o piano. Por isso a versão que fará sua estreia no Teatro da UFMT contará com quatro músicos: Clóvis Oliveira, Adonys Aguiar e Rômulo Aguiar na percussão (três integrantes do Coral UFMT) e Ana Paula Gabriel, professora do Departamento de Artes da UFMT, ao piano.
“Será uma noite de muita emoção. Uma verdadeira celebração ao canto coral”, conclui Jefferson Neves.
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