A Mala de Fugir - Foto: Rosylene Pinto |
O teatro me fascina sobre vários aspectos: um deles é a capacidade de poder propor à sociedade a transformação de alguma coisa...
Ele oportuniza ao ator transgredir tudo que está ou foi pré-estabelecido pelos sistemas. Oferece, também ao ator a possibilidade de desvestir a máscara padronizada que a sociedade consumista nos impõe cotidianamente, a mentira que somos, o engodo social que projetamos, a farsa política dos nossos governantes...
Sem esses aspectos, a meu ver, um espetáculo não se reveste da centelha de vida que deve possuir.
Por outro lado à obra teatral deve, também, impregnar o público de valores, de bons valores. O mundo está muito violento. O homem perdeu no redemoinho da violência a alma da sua solidariedade.
O egoísmo está sobrepondo o sentimento de solidariedade, de humanismo. O homem contemporâneo passou a ter repulsa e medo do seu próprio semelhante. O teatro tem o poder de reconciliar e solidarizar com o público. O teatro não pode ter preconceito de nada, muito menos o ator.
As pessoas de teatro, os artistas de um modo geral, a meu ver, são mais solidários, mais sensíveis, porque em nossa volta existe uma corrente de sensibilidade extraordinária, emanada do grande Circo Místico.
Na verdade, somos mais solidários sim, porque há milênios “somos expulsos das igrejas, das praças públicas, das cidades, das instituições culturais, dos cemitérios, e vamos nos reconciliar com os ciganos, os vagabundos, os poetas, os mendigos, as prostitutas, os viciados, os marginais, os homossexuais e lá nos reencontramos e nos solidarizamos como seres humanos”.
Ao finalizar um espetáculo teatral o artista se sente recompensado por ter contribuído para que o espectador se encontre consigo mesmo acocorado dentro de sua própria alma.
Por: Luiz Carlos Ribeiro
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