Espetáculo "A Mala de Fugir" - Foto: Rosylene Pinto |
A MASCARA
A máscara é o inatingível, sua função é concretizar o abstrato, o imaterial. Ela possibilita ao artista se travestir de uma qualidade espiritual inigualável.
Ao usá-la, o artista abandona a sua condição de mortal, para representar o divino, o transcendental.
Nesse momento ele sela uma aliança com os elementos da natureza: a terra, a água, o fogo, o ar, o éter.
A partir de então, ele se torna o símbolo da sua comunidade, o arquétipo do consciente coletivo; ele passa a ser o mediador entre os homens e os deuses, entre o real e o irreal, entre o divino e o profano.
E é tão forte este pacto, que o tempo retrocede ao marco zero. Neste exato momento ele reconcilia com os seus antepassados e reencontra com a sua consciência mítica.
Daí por diante tudo se permite. Os erros são abolidos, o ridículo inexiste, a reverência totalmente transgredida e o transcendental se materializa no fantástico fenômeno do ato de representar.
É o teatro!
Autor: Luiz Carlos Ribeiro
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