domingo, 15 de abril de 2012

EDUCAÇÃO - Coluna re-Ver por Isolda Risso


imagem: google

A forma como nos comunicamos fala muito a nosso respeito.

Assim como as expressões faciais, os gestos, a maneira de vestir-se, o corte do cabelo, o andar, os assuntos que nos interessa entre outras coisas, desenha um pequeno e parcial perfil de quem somos. Quando vejo meus filhos esquecidos de algumas regrinhas básicas de educação, costumo abordá-los com a seguinte pergunta: Seu desejo é ser educado ou envernizado? Imediatamente sinto meu corpo em chamas, pois me fuzilam com seus lindos olhos, todavia prefiro ser queimada por eles, a vê-los queimados por olhos alheios. O que o verniz tem a ver com a educação? Nada e tudo. 
Já vi pessoas que em lugares públicos ou que possam ser observados, fotografados, se portarem como exemplos de educação e mestres em boas maneiras. Tanto quanto tive a oportunidade de ver algumas dessas pessoas na  intimidade, e levei um tempo para processar de que se tratavam das mesmas, tamanha a diferença no  comportamento. Quando aprendemos algo e praticamos, torna-se um hábito e desse hábito gera-se um comportamento que passa a ser natural em nós, agimos da mesma forma independente do lugar em que nos encontramos, de quem nos acompanha, ou nos observa. O envernizado só tem uma boa postura mediante os holofotes, ele obteve a informação de como agir corretamente, aprendeu (pois age vez e outra), mas não internalizou os novos conceitos e valores. 
Altas cifras, conhecimento intelectual, poder, elegância e educação, necessariamente não caminham juntos, infelizmente. Quando se refere à educação, algumas cabecinhas associam com etiqueta, modos, jeitos ou trejeitos, mas educação vai muito além, é um processo de desenvolvimento da capacidade intelectual, moral e ética do ser humano, visando a sua integração social.
É lamentável ver uma criatura  prevalecer-se da posição socioeconômica e humilhar aqueles que no momento se encontram em situação “inferior” a ela, como garçons, secretárias, serventes, atendentes, ou qualquer um que julgue não estar a sua “altura” ou ser merecedor da sua atenção. Não menos lamentável é ver indivíduos bajular alguns  que no momento se encontram em posição de “destaque”, independente de serem confiáveis, íntegros, éticos ou não.
A humanidade esta vivendo um momento onde a distorção de valores atingiu seu cume, honestidade virou coisa ultrapassada e quem permanece convicto de seus valores recebe o nome de bobo. Empreendedor é passar a perna, ser esperto é sacanear, criativo é sinônimo de malandragem e tráfico de informações um negócio altamente lucrativo. 
Ser culto, íntegro, ético, nada vale se não for articulado, entende-se como articulado a pessoa que tem esquemas. Corrompem e  deixam-se corromper com tamanha naturalidade que faz parecer que caráter é mera banalidade. 
Há conceitos que devemos reformular sim, tanto quanto devemos preservar todos aqueles que valorizam e educam o ser humano para se tornar um colaborador na construção de uma sociedade mais justa.  
Todos almejam, mas poucos se dispõem a colaborar para sua concretização. Alguns até colaboram, principalmente se tiver divulgação em jornais e colunas sociais, mas seus interesses devem ser preservados.

Difícil né... Pelo jeito ainda vamos penar por mais um bom tempo.

Um abraço!

Isolda


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