sábado, 7 de setembro de 2013

REDE E ARTE, ASAS PARA O CONHECIMENTO por João Sebastião Barros

A Casa do Parque é, sobretudo, a "Casa dos Sonhos". A bela estrutura arquitetônica possibilita aos artistas locais, a real condição e a possibilidade em apresentarem a Arte aos cuiabanos e até mesmo ao público flutuante - turistas que sempre nos visitam, levando consigo uma boa impressão da nossa realidade cultural. Avançamos ao conhecimento das coisas boas e prazerosas. Fazemos e criamos Arte., aqui mesmo. Cuiabá é celeiro efervescente das Artes Plásticas no Brasil.
Esta exposição coletiva recente, abrigada neste contexto formidável - inserido no título da mostra, sendo a curadoria da Fabíola Henri Mesquita - é composta dos artistas, Capucini Picaroli, Dwanki, Miguel Penha, Rimaro, Rodrigo Sávio, Ordi Calder e Thais Lino. 
Este resultado agrega a pertinente diversidade dos pareceres individuais, vistos e apreciados pelo público - os quais estão colocados na Arte de cada um de seus componentes.

Obra: Miguel Penha
 Miguel Penha, o artista das matas e florestas virgens, está presente com duas obras, de aparente beleza. Seu pequizeiro farto e florido, causa encantamento. Exalam olores tropicais. Eu já escrevi recentemente sobre a obra deste artista formidável. Miguel Penha domina o espaço cromático. É agradável, e preenche o Espírito dos amantes da Pintura em óleo sobre tela.
Obra: Rodrigo Sávio
Rodrigo Sávio apresenta as telas entrecortadas em cores geometrizadas. Um figurativismo abstracionalisado na maneira como aplica a cor. Lembra algo inerente à infância, pela simplicidade da proposição plástica. Esta atitude, de caráter descontraído, brinca com a imaginação das pessoas. Acrescenta cor aos elementos, de maneira simples, sobretudo alegra o espaço nobre do salão principal. 
Obra: Dwanski
Dwanski apresenta formas em escultura. São elementos diversificados, como peixe, ema, Dom Quixote e um formidável urutau. Manuseia as peças com dignidade e conhecimento do material disponível em mãos de escultor experiente.
Obra: Ordi Calder
A fotografia quer dizer-a escrita da luz, pois (foto) é luz e (grafia), é o significado da escrita.. 
Ordi Calder mostra imagens fotográficas, em branco-e-preto e grafa o silencioso diálogo entre a luz e a sombra. É objetivo na condução da ótica sensível. Não deixa dúvida quanto à capacidade em ser um bom fotógrafo. É impecável na condução da tão preciosa composição cênica. As fotos acentuam um caráter contemporâneo de qualidade.
Obra: Rimaro
Rimaro é um representante da Arte popular. As figuras estáticas brincam de roda, num gramado repleto de outras personas a fazer um fundo, de maneira eloquente. . Há mistura em poesia cromática. Esbanja uma sutil permanência da alegria brasileira. Esta arte, trás o desejo ardente e explícito de quem possui a busca espiritual - e a vontade intensa em fazer pintura. Comove pela simplicidade. A festa junina representa a diversidade cultural do brasileiro.
Entretanto a diferença plástica da mostra repousam nas presenças das artistas Thais Lino e Capucine Picaroli. 
Obra: Thais Lino
Thais Lino elabora e conceitua a obra de maneira própria...Articula a Arte do feminino, de modo particular. É intimista. Revestida de clareza e elegância.
Revela meticulosidade no proceder a artístico. Aflora-se nos trabalhos expostos - desta intelectual requintada, variadas concepções artísticas. As projeções fazem caminhos a formigarem-se numa espécie de peneira cósmica. Uma bateia de proposições luminosas. Seria como separar o diamante bruto a ser lapidado pelo joalheiro.
Vem de dentro do espaço, o melhor a ser mostrado ao público. Usa diversos materiais. Classifica os elementos cognitivos em preciosas e belas colagens. Transbordante de luz própria e de conhecimento inato em prazerosas e assépticas caixas, as quais são capazes de deslumbrar ou acariciar o conhecimento. São relicários da memória e do espírito bem protegidos. Sabe reverberar em si mesmo. Neste espaço-tempo ela é seletiva e sensitiva na coordenação da matéria prima, tão necessária à interseção, e de maneira estética, deliciosa ao imaginar, transmite parecer técnico. Trás imensa fascinação ao sentir Arte. Há começo, meio e fim. Ela vivencia e condiciona o olhar do espectador, e concede o toque conclusivo. Nada falta e nada sobra. Nasce e orbita dentro do espaço. Independe de pré-esboços.
Obra: Capucini Picicaroli

Capucini Picicaroli tem nas telas a permanente fonte, ou asas de um conteúdo contagiante. Impossível esquecer a presença forte e impactante desta Arte.
Capucini Picicaroli liga ou agarra pelos olhos. Atinge em cheio o coração do admirador. Causa imensa estupefação. Introjeta no outro, uma determinada abertura mental-espiritual -acentuando um apaixonado apreciamento pela Arte da Pintura. O colorido quente e vibrante, delineiam intenções sensuais de alto nível. A provável classificação navega em atmosfera vigorosa . Uma arte que delineia o perfil da própria artista. Ela é ela mesmo. Combina as cores entre frias e quentes, e tempera a magia impregnante dos temas diversificados. Atinge, com este proceder, o ideal da Pintura. É denotado beleza e coragem.
" Moça com Vestido Verde" chega próximo á uma sedutora deusa da vaidade feminina. Verdes e vermelhos intensos acariciam um fundo repleto de grafismo de rosas, símbolo do amor incondicional. A postura pictográfica, esbarra-se na Arte do Inconsciente. Vai além das linhas periféricas em postar , ao olhar ávido dos amantes da bela Arte, o brilho do auto-conhecimento. Ela tem a capacidade de incomodar e gerar a pergunta: - Mas o que é isso?
Traça um toque forte de latinidade e de gostosa balada, sentidos na teatralidade do jogo e do gesto em pincelar emoções. Ela dança e brinca com as cores. 
Capucini Picicaroli é dona de uma Arte capaz de abrir caminhos em linhas retas, curvas, quebradas e ondulantes como o fogo e a serpente. Vale a pena conferir esta mostra na Casa do Parque. Eu recomendo a todos.

João Sebastião é Prêmio de Viagem ao País.
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Agosto de 2013

A Exposição vai até o dia 22/09 na Casa do Parque em Cuiabá MT, informações: 065 3365-4789


2 comentários:

  1. Um olhar para o outro, contraste entre duas visões

    Ao ser analisada, ao ser vista, outro olhar mostra opinião é como olhar para a sua história...
    Outro olhar sobre a concepção também como gente que faz arte, o que sente, e o que vem dentro de cada um.
    São reflexões e movimentos interessantes que observei durante as tantas lidas e relidas.
    Parei um tempo... E pude me entender melhor e o meu próprio olhar.
    Que a paixão pelo que se faz vem sim condicionada às vivências passadas e contexto sócio-cultural do sujeito significa desenvolver nesse “ser” também suas potencialidades.
    Uma escrita natural de João Sebastião Barros, mas cheio de conceitos que me reportou a pontos de vistas que levam a continuar com a liberdade de expressão e que a obra de arte vai se revelando nuances que não escapam aos olhares comuns e a olhares apuradíssimos.

    Thais Lino

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