sexta-feira, 25 de julho de 2014

Sujeitos de Suassuna por Airton Reis

           
Ariano Suassuna - imagem:google
           O verbo se fez literatura em mais de um rincão. A frase se fez oração. O sertão floresceu em poesia. O sertanejo frutificou em dramaturgia. O romance foi luar em firmamento estrelado. A advocacia foi conhecimento aplicado. O direito vigorou em dever. O nordestino superou mais do que uma seca prolongada. O brasileiro versejou a Pátria Amada.
     Ariano Vilar Suassuna em pia batismal. Paraibano de nascimento, 16 de junho de 1927. Órfão do pai em tenra idade. Pernambucano adotado. Estudante aplicado. Acadêmico atuante.
     “Uma Mulher Vestida de Sol”, mais do que brilhante. “Cantam as Harpas de Sião”, para mais de um público pagante. “Os Homens de Barro”, modelados a imagem e semelhança do Criador.
     Autos além da Compadecida.  “Torturas de um Coração”, em cadencia juvenil. “O Castigo da Soberba”, em febre ardil. “O Rico Avarento”, em invento sem inventor. “O Casamento Suspeitoso”, em leito consumado.
      “O Santo e a Porca”, num mesmo cercado. “O Homem da Vaca”, em nada sagrada. “O Poder da Fortuna”, mais do que afortunada. “A Pena e a Lei”, num mesmo horizonte. “A Farsa da Boa Preguiça”, no chifre do mesmo rinoceronte.
     “A Onça Castanha e a ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira”, em tese de livre docência. O sagrado e o profano numa mesma abrangência. Idealizador do “Movimento Armorial”. Acadêmico imortal.
     Sujeitos de Suassuana, em memorial. Sujeitos de Suassuna, em odes e sonetos. Sujeitos de Suassuna, em becos com mais de uma saída. Sujeitos de Suassuna, em braços que acenam numa mesma despedida. Sujeitos de Suassuna, em páginas desfolhadas. Sujeitos de Suassuna, em letras imortalizadas.
     Sujeito simples. Sujeito composto. Sujeito oculto. Sujeito indeterminado. Sujeito sertanejo. Sujeito seresteiro. Sujeito brasileiro. Sujeito analfabeto. Sujeito letrado. Sujeito livre. Sujeito aprisionado. Sujeito de bons costumes. Sujeito mal intencionado. Sujeito trabalhador. Sujeito desocupado. Sujeito amante. Sujeito amado. Sujeito polido. Sujeito lapidado.    
      Estimado poeta! Elevado cidadão! Ariano do Brasil versejado. Suassuna do Brasil soletrado. Ide em Paz em direção ao Jardim da Eternidade em resplandecente clarão. Adentre a Morada do Justo coroado pela Perfeição. Contigo a literatura, os literatos e os leitores desta Nação. Contigo, os louros literários que adornam a sua missão. Contigo, a imensidão dos astros, a novel constelação. Brilhe por nós. Amém!
Airton Reis, professor e poeta em Cuiabá-MT.

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