domingo, 9 de agosto de 2015

NOSSOS PAIS por Mirian Marclay Fraga



NOSSOS PAIS


Nas memórias e desejos do coração habitam tantas faces de Pai, mas se fosse possível resumir a figura paterna diria que coexistem o pai do passado, o pai do futuro e o pai do presente.
Fechando os olhos lá esta o pai do passado, o primeiro ancestral marcante na existência. 
Doce, terno...Eterno!
Foi essencial para que se estabelecesse a segurança, a base, a quietude do ser. Repousa em algum lugar onde o tempo tratou de torná-lo imutável, inesquecível.
Já não se encontra fisicamente entre nós, é responsável pela lágrima de saudade, pelo embargo em nossa voz, pela vontade de tornar-nos viajantes do tempo para-quem sabe- podermos estar com ele ao menos mais uma única vez. 
Esta naquela saudosa mesa, cantada por Nelson Gonçalves, sorrindo, além das nuvens, num jardim guardado do espírito.

Quando suspiro e abro os olhos vislumbro o pai do futuro. Muito além de qualquer Jetson que chega em sua espaço nave, ele se confunde um pouco com o pai do presente, pois estão em constante transformação.
O pai do presente ainda é o pai do agora.
É ele quem vai às reuniões da escola, quem ensina a caminhar, quem troca fralda, quem brinca de cabana, quem esta aí para o que der e vier.
Ele se permite conversar com o pai do passado e aprender com seus erros. Ele se inspira no pai do futuro, onde não exista divisão de deveres entre pai e mãe, para que ele assuma com plenitude a educação do filho sem papéis arcaicos estabelecidos pela sociedade.

O pai do presente sente amor, simplesmente amor em estar com seus filhos. O mesmo amor que impulsiona a construção desse ser complexo que advém com a natividade.

É o pai que senta na praça e divide um picolé, que brinca nas águas, que anda a cavalo, que ensina sobre Frank Sinatra ou Zeca Baleiro. 

Que fala dos Beatles e de livros como Fernão Capelo Gaivota, nos ensinando que mais do que aprender voar precisamos aprender a sonhar e conquistar os nossos sonhos...


Por: Mirian Marclay Fraga

3 comentários:

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