O MUNDO NAS MÃOS
Tivesse o mundo nas mãos, não, não a lua, com
sua luz tão nua, nem o sol, esse farol
A queimar a carne crua, faria um balé de fé,
um ato humano que se fizesse divino.
Convidaria as águas, os prados, as encostas,
os meninos que correm, as meninas
Que riem o riso singelo daqueles que se
descobrem pelas estradas em suas
Vontades estampadas, no pleito delicado sobre
a vida tão bruta.
Pudesse dizer-te o que sinto, mas apenas
seguro teu mundo nas mãos,
Sem que qualquer lapso distinto do que sou,
sim - o que sou eu asseguro,
Luz além do murro que te percorre, quando
nada mais te socorre - a paz rebelde.
Um tanto ferido sou esse ser, muito arredio
em confessar o inenarrável,
Posto que parece execrável repetir a mesma
ladainha sempre, e sempre e sempre...
Não explicaria mais nada, só dançaria na
ponta dos pés para que não me ouvisses
Nem chegando ou partindo no espetáculo da
vida.
Quisera ser o beijo da flor
E possuir o tempo em meus movimentos
Para o gozo do mundo
Em meu louvor e seu contentamento.
Mirian Marclay Fraga
O MUNDO É UM ARQUÉTIPO. DELE SOMOS PARTE EM COMUM. NELE COMUN-GAMOS POESIA EM FLOR. E DELE SUBTRAIMOS A DOR. COMO UMA USINA, A PRODUZIR ENERGIA QUE NOS ILUMINA...MIRIAN, PESSOA LINDA E SUAS BELAS POESIAS
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