domingo, 8 de novembro de 2015

O MUNDO NAS MÃOS por Mirian Marclay Fraga


O MUNDO NAS MÃOS
Tivesse o mundo nas mãos, não, não a lua, com sua luz tão nua, nem o sol, esse farol

A queimar a carne crua, faria um balé de fé, um ato humano que se fizesse divino.

Convidaria as águas, os prados, as encostas, os meninos que correm, as meninas 

Que riem o riso singelo daqueles que se descobrem pelas estradas em suas

Vontades estampadas, no pleito delicado sobre a vida tão bruta.
Pudesse dizer-te o que sinto, mas apenas seguro teu mundo nas mãos,

Sem que qualquer lapso distinto do que sou, sim - o que sou eu asseguro,

Luz além do murro que te percorre, quando nada mais te socorre  - a paz rebelde.

Um tanto ferido sou esse ser, muito arredio em confessar o inenarrável,

Posto que parece execrável repetir a mesma ladainha sempre, e sempre e sempre...

Não explicaria mais nada, só dançaria na ponta dos pés para que não me ouvisses

Nem chegando ou partindo no espetáculo da vida.

Quisera ser o beijo da flor

E possuir o tempo em meus movimentos 

Para o gozo do mundo

Em meu louvor e seu contentamento.


Mirian Marclay Fraga

Um comentário:

  1. O MUNDO É UM ARQUÉTIPO. DELE SOMOS PARTE EM COMUM. NELE COMUN-GAMOS POESIA EM FLOR. E DELE SUBTRAIMOS A DOR. COMO UMA USINA, A PRODUZIR ENERGIA QUE NOS ILUMINA...MIRIAN, PESSOA LINDA E SUAS BELAS POESIAS

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