domingo, 18 de março de 2012

MEDO - Coluna re-Ver por Isolda Risso


imagem: Van Gogh "medo"
Entre inúmeras possibilidades, o medo, é um dos fatores que mais contribui para intensificar  o   sofrimento.
O ser humano apresenta uma enorme resistência em olhar de frente para as situações que o aflige. Comumente adia-se, protela-se decisão de conotação desagradável e de menor palatabilidade.
Como integrante do povo valho-me da linguagem popular e digo: vai-se  empurrando com a  barriga, até chegar à beira do abismo. E ai, o bicho pega; as coisas se complicam e as chances de resolver as pendências, com sucesso ou relativo êxito, tornam-se mais difíceis, distantes e, certamente, mais dolorosas.
Não fazemos isso por covardia, fraqueza, má vontade ou porque a  ficha não caiu (às vezes até pode ser) mas, o comum é que  não seja.
As atitudes retardadas acontecem por que: 
a) não estamos prontos para enxergar e encarar o que já sabemos por intuição e antecipação; 
b) aquilo que iremos nos deparar  será  difícil de engolir, digerir e, é muito provável, que nossa zona de conforto terá suas bases deslocadas.
Ai, ai, ai, sapato novo é bonito, mas, até tomar o jeito do pé, além de levar certo tempo, aperta e pode provocar algumas bolhas.
Tirar a venda dos olhos e olhar com empenho, movendo-se em direção a uma solução ou uma saída para o que sentimos como fatigante, ofensivo, moroso, penoso e seus afins, exigem de nós força e coragens que, por vezes, não acreditamos possui-los.
Isso amedronta!
Algumas vezes, a única saída é aceitar que não tem saída, ou que não compete a nós a resolução de tal ou qual impasse.
Que permitir que o tempo se encarregue de fazer seu trabalho, talvez seja a única e  melhor opção.
Aceitar não é fácil  e protelar é dar asas a angustias.
Ter coragem de enfrentar os dissabores, não é sinônimo de ausência de medo. O medo, em doses certas, amortece muitas quedas,  protege de  incidentes/acidentes e pode  nos ensinar a viver com precaução.
O medo se torna corrosivo, quando lhe conferimos o título de imputável.

Um abraço!
Isolda

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