quarta-feira, 23 de março de 2016

Movimento Rota ocupa o Museu de Arte de Mato Grosso para celebrar o grafite, nesta quinta feira (24/03)






Movimento Rota ocupa o Museu de Arte de Mato Grosso para celebrar o grafite


Na quinta-feira (24), o público observa sessões de live painting e aprecia apresentações musicais, mostras de fotografia e sebo itinerante

Bastou uma borrifada, digamos assim, um tanto quanto polêmica, para que dezenas de latas de spray tomassem ares de maçaricos e incendiassem jovens mentes em favor do grafite livre nos espaços urbanos de Cuiabá.
Foram muros, paredes, viadutos e praças. Agora, a mobilização que deu corpo ao Movimento Rota, ocupa também um espaço institucional de grande relevância para as artes plásticas, o Museu de Arte de Mato Grosso. O objetivo é que a arte de rua irradie seu alcance e se torne ainda mais acessível ao interferir no cotidiano da cidade. 
Nesta quinta-feira (24), a partir das 20 horas, o grupo que conta com a produção ativa de André Eduardo Andrade e Amanda Nery, adianta a data de comemoração do Dia do Grafite – celebrado em 27 de março – e promove uma noite com várias sessões de live painting, apresentações musicais, espaço para doação de roupas e ainda, garante a presença do sebo itinerante, Rua Antiga. Sim, aquele em que discos e livros são acomodados em um charmoso fusca. Haverá ainda integração com outras linguagens artísticas, como a poesia, a fotografia e a dança.    
De acordo com o produtor cultural André Eduardo Andrade, o evento também se configura como uma homenagem ao artista Alex Vallauri, pioneiro do grafite Brasil e responsável pela data comemorativa ao grafite. Ele assina obras no estilo kistsch com elementos da pop art. Vale ressaltar, no Brasil, o grafite começou a se multiplicar no final dos anos 1970, em São Paulo. Hoje, os artistas brasileiros são reconhecidos entre os melhores do mundo. “Nossa ideia é ampliar ainda mais o número de manifestações artísticas urbanas iniciadas em 2015. Muitos artistas convidados pelo Movimento Rota, multiplicaram suas criações e se dedicaram ainda mais a essa manifestação artística. A arte urbana deve ser celebrada como uma expressão artística legítima e não, marginalizada. Depois de tantas ocupações que realizamos, já sentimos uma empatia da sociedade com o grafite”, destaca Andrade.
Além dos artistas que passaram a se dedicar mais à esta arte, houveram outros que de áreas como o desenho e o designer, investiram em obras com facetas diferentes. Foi o que aconteceu com o artista plástico John Abyys, que em uma destas mobilizações, diversificou sua atuação, do desenho à caneta, passou para as latas de spray. “E a cada dia o número de grafiteiros cresce mais”, ressalta.
A produtora Amanda Nery avalia que o Movimento Rota criou também um ambiente favorável. “Sempre deixamos quadros em aberto para quem se sentir à vontade para pintar. Deixamos o material ao lado e pronto, logo tem alguém que assume o posto”, se diverte. Ela garante que o objetivo agora é ampliar a participação feminina.
Quanto ao evento que agora ocupa novo espaço, ela só tem a comemorar. “Um museu é um grande passo para nós. Dificilmente a arte de rua chega aos museus e acho que isso acaba afastando o público que tem pouco contato com a arte formal. Acho que temos que mudar essa impressão. Como o que a gente faz na rua cria uma ligação afetiva do espectador com a obra e o lugar, acho que isso possivelmente vai acontecer com o museu”. Ela acredita que, ao acompanhar os live painting no museu, o público cativo do Movimento Rota vai aumentar seu interesse sobre o espaço considerado formal.
A diretora executiva do Museu de Arte de Mato Grosso, Viviene Lozi, concorda com essa afirmação. “A partir do momento que a linguagem urbana entra em contato com uma abordagem diferenciada, mais formal, há uma quebra de paradigma. Se a instituição parece um pouco distante, uma ação como esta faz com que o museu seja visto de uma outra forma. Esse público que dificilmente frequentaria o museu em horário normal de funcionamento, de certo vai ficar curioso para conferir outras exposições”. Para ela, estabelecendo este vínculo, se idealiza uma relação de pertencimento do espaço. 
Vale ressaltar, o  Museu de Arte é administrado via contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Cultura. 

Mais informações:

Protásio de Morais: (65) 8425-1443
Lidiane Barros: (65) 8120-6483

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita, seu comentário e muito importante para o Fuzuê das Artes