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Beleza
A perspectiva de vida aumentou.
Ainda que, diante de tantas
possibilidades e recursos para nos manter saudáveis por mais tempo, da evolução
científica que galopa rompendo barreiras até então inimagináveis, ofertando a
humanidade um horizonte mais feliz, encontramos algumas pessoas temerosas,
ansiosas, com medo do inevitável, que é o envelhecimento natural das células,
refletindo também na aparência corporal.
Envolvidos pela ânsia da estética
idealizada, buscam alucinadamente manter-se no frescor da juventude, como se
isso fosse possível. Expõem-se a riscos de forma inconsequente, criam-se
expectativas que nem sempre se concretizam, culminando em frustrações. Em
alguns casos desestrutura o emocional, tornando a situação mais complexa e de
difícil solução.
É deprimente ver homens e mulheres com
rostos descaracterizados por químicas ou procedimentos cirúrgicos, feitos por
alguns profissionais, que o maior bem que visam são os relacionados aos
dígitos.
Deixo bem claro, que de forma alguma
sou contra as técnicas e procedimentos que nos favoreça uma aparência mais
jovial, no entanto, acredito que devemos respeitar os limites que a idade nos
impõe.
É imperioso saber que a medicina
evoluiu sim, mas não chegou ao ponto dos milagres, estes permanecem sob a
tutela de Jesus Cristo, seus apóstolos e Santos.
Algumas pessoas buscam insistentemente
a aparência da juventude, mas esquecem de ser joviais. Vivem enfunados, mal
humorados, apressados, pouco sorridentes. Dirigir-se a alguém e dizer um bom
dia, boa tarde, ter um gesto de gentileza para com o outro, é um esforço
enorme.
Caminham entre seus pares como se
fossem inexistentes ou transparentes e vivem o hoje como se fosse o último dia
da atual existência. Se assim fosse, melhor seria que estivessem em paz para
fazer a grande travessia entre a vida no corpo e a eternidade.
Acredito que a forma como vivemos e
administramos as situações do dia a dia, a falta de um objetivo que de sentido
a vida, os valores por vezes distorcidos, a importância que se destina a
posição socioeconômica, que nem sempre corresponde aos anseios pessoais, o
consumismo que consome, os conflitos familiares, sejam grandes colaboradores
para que depositem na aparência, uma forma de compensar-se por frustrações não
elaboradas e experiências malsucedidas.
Busca-se a beleza externa, mas esquecem
de cultivar a beleza da humildade, da solidariedade, da compaixão, da
honestidade, da ética, da educação. A amizade desprendida de projeção social,
interesses e acordos comerciais esta cada dia mais rara. Que falta de beleza
nessa constatação.
Foca-se na beleza e esquece-se de
buscar a sabedoria, que liberta da ignorância trazendo o equilíbrio necessário para
vencer desafios e desenvolver talentos adormecidos. Busca-se a melhor aparência
e perde-se nas dificuldades corriqueiras do cotidiano.
Anos a fio, desgastando lenta e
continuamente as fibras da emoção, através de exigências incabíveis,
intolerância, impaciência, criando necessidades desnecessárias, não é de
estranhar que o conflito se instale que a criatura desconecte-se da sua
essência gerando sentimentos e emoções desconexos, resultando em um
envelhecimento célere.
Um abraço!
Isolda
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