Lady Macbeth
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O movimento atingiu todos os campos intelectuais existentes
na época – a filosofia, a ciência, a literatura, a pintura, a escultura e,
claro, o teatro. Diferentemente do que acontecia no mundo medieval, os artistas
que aderiram ao Renascimento possuíam extrema preocupação com o corpo humano,
buscavam a beleza ideal, a perfeição da forma, simetria. O homem renascentista
acredita que tudo se explica pela razão e pela ciência.
Nesta época a arte passou a ser mais racional. O ser
humano, e não Deus, como acontecia no teocentrismo da Idade Média, passa a
ocupar o centro do universo, ocorre a glorificação do homem, chamado
antropocentrismo. Na pintura e na escultura as figuras deixam de "temer à
Deus" e passam a olhar para frente, não mais para o céu, os artistas e a
burguesia deixam de ser subordinados à igreja. Este foi o período em que
ocorreu maior e mais intenso progresso na arte e na ciência ocidental.
O Renascimento choca-se com os dogmas e proibições da
Igreja Católica a partir do momento em que passa a criticar o mundo medieval e
enfrenta a Inquisição.
Entre os principais artistas da Renascença Italiana estão
Giotto, Botticelli, Donatello, Leonardo da Vinci, Michelângelo e Rafael. Na
Alemanha destaca-se Hans Holbein, na Espanha El Greco e nos Países Baixos Van
Eyck, Rembrandt e Peter Brueghel.
O teatro renascentista vai do século XV ao XVI e, em alguns
países sobrevive até o século XVII. Com o início do movimento o teatro passa a
misturar tradições medievais com temas da tragédia grega e da comédia romana. É
um teatro erudito, acadêmico, com linguagem pomposa e temática pouco – ou nada
– original, onde o ser humano é o centro das preocupaçãoes. O palco é
improvisado e o cenário simples. Com o passar do tempo, mais precisamente no
século XVII, a linguagem acaba se tornando solene e os temas passam a ser os
mitos e lendas do mundo antigo.
Com o Renascimento, na Itália, surge a commedia dell´arte,
gênero teatral onde os atores improvisam os textos e especializam-se em
personagens fixos, entre eles a Colombina, o Polichinelo, o Arlequim, o capitão
Matamoros e o Pantalone. As encenações baseiam-se na criação coletiva e os
cenários são simples, geralmente um telão pintado com a perspectiva de uma rua.
A novidade são as mulheres que passam a representar personagens femininos e os
atores que são todos profissionais. As peças são baseadas na improvisação e no
uso de máscaras. É um gênero rigorosamente antinaturalista e antiemocionalista.
Os atores deveriam ter uma intensa preparação técnica
vocal, corporal e musical. Geralmente representavam o mesmo personagem por toda
a vida, criando assim uma codificação precisa do tipo representado. Mesmo tendo
como base o improviso, os atores representavam seguindo a estrutura de um
roteiro que orientava a sequência das ações. Estes roteiros não variavam muito
em termos de trama e relação entre personagens.
A primeira companhia de commedia del´arte que surge é a I
Gelosi – Os Ciumentos – dos irmãos Andreini, fundada em 1545, em Pádua, com
oito atores, que dura até 1546. Esta foi a primeira vez que uma companhia
teatral era caracterizada por construir um grupo de atores que viviam
exclusivamente de sua arte.
Como autor deste período destaca-se Maquiavel, com a peça
Mandrágora – uma das melhores comédias italianas. O autor e ator Angelo Beoloco
(1502 – 1542), mais conhecido como Ruzante, personagem que representava e que
se caracteriza por ser um campônes guloso, grosseiro, preguiçoso e gozador.
Suas comédias são documentos literários considerados os precurssores das
máscaras do gênero.
Na Inglaterra, o teatro elizabetano tem seu auge de 1562 a
1642. As peças caracterizam-se pela mistura do sério e do cômico, pelo abandono
das unidades aristotélicas clássicas, pela variedade na escolha dos temas –
tirados da mitologia, da literatura medieval e renascentista e da história – e
por uma linguagem que mistura o verso mais refinado à prosa mais descontraída.
O espaço cênico elizabetano, de forma redonda ou poligonal,
possui palco em até três níveis, assim várias cenas podem ser representadas ao
mesmo tempo. As galerias para os espectadores mais ricos circundam o edifício
em nível mais elevado, os mais humildes ficam em pé, quase que se misturando
aos atores no nível inferior do palco. Uma cortina ao fundo modifica o
ambiente.
Christopher Marlowe |
Além dele, tem-se
nomes como Christopher Marlowe ( Doutor Fausto ), Ben Jonson ( Volpone
) e Thomas Kyd ( Tragédia espanhola ).
William Shakespeare |
Entre
os maiores nomes está William Shakespeare (1564-1616), escritor das tragédias (
Romeu e Julieta , Macbeth , Ha mlet, Rei Lear ,
Otelo ), comédias ( A tempestade , A megera domada ,
Sonhos de uma noite de verão ) ou dramas históricos ( Henrique V),
tornando-se o maior dramaturgo de todos os tempos.
Miguel de Cervantes |
Quanto aos autores
destacam-se Fernando Rojas (Celestina), Miguel de Cervantes ( Numância
), Felix Lope de Vega ( O melhor juiz, o rei ), Pedro Calderón de
la Barca ( A vida é sonho ) e Tirso de Molina ( O burlador de
Sevilha ).
Pedro Calderón de la Barca |
Na Espanha, acontece o auge do teatro. As peças são de ritmo rápido, cheias de ações que se entrecuzam. Desprezam-se as regras eruditas, voltando-se para as formas originárias das apresentações populares. Os temas são mitológicos, misturados a elementos locais e impregnados de sentimento religioso. O espaço cênico é chamado de corrales, já que o palco fica no centro de um pátio coberto, em diversos níveis e sem cenários.
Por: Luiz Carlos Ribeiro
Referências
CHACRA, Sandra. A natureza e o
sentido da improvisação teatral. São Paulo: Perspectiva, 1991.
IMPROVÁVEL – um espetáculo
provavelmente bom. Disponível em:
<http://www.improvavel.com.br/>.
Acesso em: 21 abr. 2010.
PAVIS, Patrice. Dicionário de
teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.
RAUEN, Fábio José. Inferências em
resumo com consulta ao texto de base: estudo de caso
com base na Teoria da Relevância.
Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 5, n. esp., p. 33-57,
2005.
SPERBER, Dan; WILSON, Deirdre. Relevance: communication and
cognition. 2nd
ed.
Oxford: Blackwell, 1995 (1st edition, 1986).
SPOLIN, Viola. Improvisação
para o teatro. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998 (© 1963).
(Coleção Estudos. Série Teatro,
62).
YOUTUBE. “Os Barbixas -
Improvável - Cenas Improváveis 2 (com Marcio Ballas e Allan
Benatti)”. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=0liVa_49oa0>. Acesso em: 21
abr.
2010.
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