Antônio Sodré - imagem: Revista Sina |
Havia uma
lenda em Cuiabá, quando me instalei nesta capital. Uma lenda que andava,
recitava, declamava e principalmente escrevia!
Esta lenda
se chamava Sodrézinho, poetinha pequeno em estatura, mas gigante em lirismo.
Quando
caminhava, via-se uma leve curvatura na coluna, talvez fosse o peso de carregar
a poesia por tanto tempo, afinal foram trinta anos espalhando-a por aí. O poeta
Sodré é um militante da arte, um combatente da vida, um terráqueo de marte, o
poeta da transmutação.
Nos rincões
do Mato Grosso, nascia Antônio Sodré, um franzino homem de força que cresceu
dormindo em pé, porque assim a sua poesia circulava melhor dentro de suas veias
poéticas. A timidez da infância inflamou alguma ferida, que fez com que crescesse
entre os livros de Manoel de Barros, Quintana, Drummond e Bandera, para mais
tarde poetizar a vida entre as ruelas de Cuiabá.
Foi nessa
cidade quente como o próprio sol, que Antônio Sodré tornou-se mito e não minto
quando digo isso. Sodrézinho como era carinhosamente conhecido entre amigos,
atuava na linha de frente do campo de batalha, ou melhor, no campus de batalha,
pois foi na Universidade Federal de Mato Grosso que encontrou sua morada. Era
lá que fazia poesia de mão em mão, em seu sebo literário que ainda hoje está no
mesmo lugar. Entre duas escadarias, pois é onde ficava sua poesia. Entre o que
há e o que é (a vida).
Antônio
Sodré morreu no dia 19 de fevereiro de 2011, morreu fazendo o que melhor fazia,
fazendo (e espalhando) poesia. Dizem que na hora de sua morte, recitava um
poema tão forte e profundo que seu próprio coração quis sair do peito para
assisti-lo e sentar-se no chão junto com uma centena de crianças, pequenas
cabeças que eram apresentadas ao mundo dos poemas pelo grande poeta pequeno.
Antônio Sodré era um solitário cheio de amigos, seus escritos dizem mais do que
todos sabiam, a tristeza era motivo de regozijo, pois todo seu sentimento virou
livro (A Besta poética) que teve treze poemas, e foi seu irmão Adir que
completou a obra artística, fazendo poesia com as tintas (arte é herdada nessa
família). Mais tarde, bem mais tarde (especificamente 21 anos) sua arte foi
novamente impressa, em forma de livro, desta vez com o nome de “Empório
Literário”, que remete á seus tempos de infância, quando ajudava a família na
mercearia do pai ou á seu belo serviço de troca de livros em sua banca da UFMT.
Dizia não se importar com publicações, e muito menos com o tempo entre uma e
outra, porque era o poeta da qualidade e não da quantidade. Dizia também,
sabiamente que o poema é quem escolhe o poeta e não o contrário (texto Vinícius
Masutti)
Deixo aqui alguns de seus poemas
Por: Rosylene Pinto
Créditos devidamente referenciados:
ResponderExcluirhttps://www.facebook.com/305104772852174/photos/a.899827090046603.1073741826.305104772852174/1102432183119425/?type=1&theater
obrigada Alle Rodrigues a foto é minha Rosylene Pinto, que bom que gostou, bjos
Excluir