Por que será que é tão difícil se relacionar? Será que
o problema está comigo ou com os outros? A Nova Acrópole Cuiabá realiza a
atividade gratuita amanhã, às 19h30, trazendo reflexões sobre o assunto.
Olho: “A cortesia é um dos primeiros
passos para vencer as dificuldades de convivência. Quando busco ser educado,
dizendo ‘bom dia’, ‘boa tarde’, ‘como é que vai’, passo a estabelecer um
vínculo positivo com as pessoas” (Roni Almeida, professor de filosofia)
Atire a primeira pedra quem
nunca pensou ‘o inferno são os outros’, como satirizava o filósofo francês
Jean-Paul Sartre. Brincalhão, o poeta brasileiro Mário Quintana dizia que ‘a
arte de viver é simplesmente a arte de conviver. Simplesmente, disse eu? Mas
como é difícil!’. Ou seja, o que não faltam são palavras para justificar a
dificuldade dos seres humanos em conviver. Mas por que é tão complicado? Como
posso vencer essas barreiras e me dar melhor com as pessoas? Para poder
conduzir os participantes a reflexões a respeito do tema, a escola de filosofia
Nova Acrópole Cuiabá realizará Nesta Sexta feira (11/10), a partir das 19h30, a palestra
gratuita ‘A convivência entre os seres humanos e a chave para a felicidade’.
Ao analisar o tema a partir
do prisma da filosofia, ou seja, de grandes mestres e pensadores que deixaram
um legado de conhecimento à humanidade nas mais diferentes culturas e tempos,
chega-se à conclusão que para conviver é necessário que antes ‘eu viva’, ou
seja, as pessoas precisam de um grau de intimidade consigo mesmas, devem
identificar suas limitações e defeitos que as levem a ter atritos com os outros
e combatê-los. O professor de filosofia Roni Almeida explica que se a impulsividade
leva pensar, falar e fazer coisas que não condizem com quem a pessoa se propõe
a ser, é necessário realizar um processo de auto-educação, que não é fácil,
porque exige trabalho constante, diário. Além de ‘orar e vigiar’ os próprios
defeitos (e não os dos outros), conviver exige uma vivência interior mais
profunda.
Mas o que é ter vida
interior? O processo pelo qual o Homem conhece a si mesmo para poder enxergar as
próprias potencialidades ou virtudes. Essa, aliás, é a chave do crescimento
pessoal e da própria convivência. Quando se estabelece contato com a própria
alma, aquilo que é eterno no ser humano tem a tendência a se expandir, como uma
fonte de água cristalina que jorra incessantemente, a generosidade, o amor, a
coragem, a compaixão, a empatia e demais qualidades da alma passam a conduzir
as relações, tornando-as mais humanas e profundas. Os vínculos deixam de ser
superficiais para serem encontros de alma. Mas como se vive em um momento
histórico em que as pessoas são levadas para fora o tempo todo, na busca de
saciar seus desejos e prazeres, torna-se mais difícil realizar esse movimento
de interiorização.
Mais difícil ainda é vencer o
padrão socialmente aceito e difundido baseado no egoísmo, que inclusive
transforma defeitos em virtudes.
Você já se deparou com um
‘super sincero’? Então sabe exatamente o que acontece quando uma característica
negativa se torna normal e muitas vezes ainda é exaltada pela própria pessoa ou
pelo meio em que vive. Isso faz com que mesmo agindo de forma grosseira, ela bata
no peito e diga: ‘Eu odeio hipocrisia’. Não gostar da mentira ou falsidade dá a
alguém o direito de dizer tudo que deseja, da forma que quiser? O mesmo
acontece com os estressadinhos que ‘não levam desaforo para casa’, quantos atritos
e mágoas poderiam ser evitados se antes de reagir, mesmo que a uma provocação,
eles refletissem? “Eu brinco com os nossos alunos, que para cada defeito que
eles enxergarem no outro, precisam buscar três qualidades, assim, o hábito de
só ver o que é ruim vai desaparecendo até que passamos a enxergar tanto a vida,
quanto as pessoas como realmente são”, acrescenta Roni.
Conquistando virtudes
Para o filósofo, os problemas
viram desafios que potencializam sua alma, portanto, não devem ser evitados,
postergados ou lamentados. E a convivência é uma porta que se abre para a
sabedoria, para a iluminação, afinal, é um meio pela qual tudo que se sabe
intelectualmente vira conhecimento prático. Uma coisa é ter informações
técnicas a respeito de como nadar, a outra bem diferente é estar dentro d’água
para nadar, mais, ser um campeão de natação exige muito treino, disciplina,
coragem para vencer a si mesmo o tempo todo. Assim também acontece com as
virtudes, que precisam ser desenvolvidas um degrau por vez, em um processo de
construção de si mesmo, que passa pelo campo do conhecimento e estende à
prática. Por isso se diz, filosofia à maneira clássica, porque não adianta
saber a partir da mente, é preciso integrar à própria vida, porque deste modo
não é o que Platão disse, mas o que você aprendeu a partir da experiência
propiciada pelo pensador. Se você viveu, jamais esquecerá.
Nova Acrópole Cuiabá
A palestra de hoje traz
informações que integram o curso regular de filosofia, que terá a primeira aula
da nova turma no dia 18 deste mês, das 19h30 às 21h30. O curso tem duração de
sete meses, uma vez por semana, com matérias como Ética, Sociopolítica e
Filosofia da História, em que os principais grandes pensadores e filósofos da
cultura ocidental e oriental são estudados. Além disso, a escola também
proporciona atividades extras para vivências culturais e práticas, como leitura
comentada de obras clássicas, oficinas de xadrez, de poesia, recitais de poesia
e trabalho voluntário. Outras
informações: (65) 3623-8051/8127-4020. Acompanhe nossas notícias e
programações: www.facebook.com/NovaAcropoleCuiaba e também pelo blog
http://www.novaacropolecuiaba.blogspot.com.br.
Rose Domingues
Da Assessoria
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