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Enquanto te Espero
Discípulo
da ternura é amor, aluno e professor ensina-me a viver, a me reconstruir aos
poucos mais serena, pacífica nas pequenas coisas, guerreira no que demanda
vigor. Eu que hoje caminho lentamente, que me ergo com delicadeza e cuidado
vejo na vida que sou e a que levo um grande ensinamento.
Todas as
memórias acalentadoras que trago foram importantes para que nesta fase da vida
eu me visse com plenitude no espelho do tempo. Amo meus sinais do tempo, não
tenho qualquer vergonha dos mesmos. Os aceito como parte de mim e do todo que
se manifesta na minha existência.
Meu corpo
que não é mais o mesmo celebra a vida. Ultrapassei a estética do instante e,
constante aceitei cada mudança necessária nesta busca de "nós".
Pego-me
divagando pequenas coisas, antes sem sentido, e que hoje incorporo como etapas
do meu porvir.
Eu
aguardo quase pacientemente a chegada da luz, eu rogo braços fortes que embalem
sonhos, eu oro para que o maior de todos os tesouros me receba, assim como eu
já o recebo em profunda gratidão para com o universo.
Mas sei
que o amor que hoje vislumbro é parcial, que esta em formação e promovendo uma
transformação que eu já havia ouvido falar, mas que jamais havia experimentado.
Tudo que
eu concebia como sendo amor parece ter sido uma certeza momentânea, dessas que
fez sentido por algum tempo, mas que a vida que vivo agora aponta como sendo
relativo, um conceito que se tornou insuficiente quando penso no amar que,
enfim, dure.
De tudo
que ainda não sei, mas que aguardo é que o amor ultrapassa a eternidade, e que
te aguarda no meu peito, no maior de todos os gestos de infinita ternidade.
Por: Mirian Marclay Melo
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